Ação rápida dos bombeiros militares evitou que fogo se alastrasse para outras 12 residências
Um incêndio de grandes proporções atingiu quatro casas e uma oficina entre os bairros Progresso e Maria Goretti na noite de domingo, 8 de junho, na rua Pedro Rosa (antiga rua Humaitá), bairro Progresso, e na rua Amazonas, bairro Maria Goretti, em Bento Gonçalves. As chamas começaram por volta das 20h20min e se espalharam rapidamente, mobilizando equipes do Corpo de Bombeiros, que atuaram para conter o fogo e evitar que atingisse outras moradias da região.

Apesar da gravidade da ocorrência, não houve feridos humanos. No entanto, segundo moradores, morreram dois cachorros e um papagaio da residência onde começou o fogo. Moradores conseguiram evacuar as casas a tempo, entre eles estavam idosos, crianças, uma gestante e um bebê de colo. Por precaução, a mulher e o bebê foram levados para avaliação médica pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Ao todo, foram utilizados cerca de 15 mil litros de água e três caminhões Auto Bomba Tanque (ABT) com cinco bombeiros, além do apoio do comandante da 3ª Companhia de Bombeiros Militar. O trabalho de rescaldo, para garantir que todos os fogos remanescente foram apagados, foi feito em seguida, para que não houvesse reignição.
As causas do incêndio ainda são desconhecidas e estão sendo investigadas pelos órgãos competentes.
Também atuaram no local equipes da Brigada Militar, da Guarda Civil Municipal (GCM) e da Rio Grande Energia (RGE). As famílias afetadas foram orientadas a procurar abrigo com parentes ou amigos.
Impacto nas famílias
O chapeador da oficina atingida, Ércio Oliveira Alves destaca como a família foi impactada e o que irão fazer para reconstruir. “Veio a Defesa Civil, os bombeiros e o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) fazer uma vistoria no local e fomos informados que vão dar uma ajuda para nós. Estamos só no aguardo agora, pois ficamos na estaca zero, porque ali era o meu local de trabalho e foi completamente destruído pelo fogo. Consegui material, telha e madeira para reconstruir. O pessoal do CRAS bateu foto do local do sinistro e estamos no aguardo agora para ver se a gente tem algum apoio, alguma ajuda de alguém”, pontua. Sua casa fica junto com a oficina, mas segundo ele, graças a rapidez dos bombeiros em combater o fogo apenas a parte da oficina foi atingida.

Marilene Lopes Vieira, outra moradora que teve a casa atingida, ressalta os desafios nesse primeiro momento. “Nós temos que pedir ajuda de outras pessoas, porque eu não tenho condições de construir outra casa. Estou esperando ajuda, quem puder me ajudar. Está complicado, eu fui muito abatida, eu perdi tudo, eu não tenho mais nada”, diz. Marilene tem 65 anos e mora com os dois netos.
Por enquanto, Marilene dorme na casa de vizinhos e parentes, mas colocou seus pertences que não foram atingidos em uma estrutura de madeira improvisada. “Queria que me ajudassem para comprar material para meus dois netos e roupa para o bebê, que pegou fogo em tudo”, salienta.

Gustavo Kist, comandante do Corpo de Bombeiros de Bento Gonçalves destaca que por causa da ação rápida dos Bombeiros foram resguardadas 12 residências. “Utilizamos três caminhões, sendo um autotanque, com 11 mil litros de água e dois caminhões autobomba tanque, que comportam a guarnição e equipamentos além da água, com cinco mil litros cada um. Nós conseguimos, após aproximadamente 40min de combate, confinar o incêndio em uma área delimitada e após 1h30min extinguimos as chamas. Utilizando de técnicas de combate e equipamentos como a câmera termográfica evitamos que o dano fosse ainda maior”, ressalta, pontuando a ajuda da Defesa Civil, da Assistência Social, da Brigada Militar e da Guarda Civil Municipal.
Segundo Kist, ainda cabe ressaltar que pela proximidade das casas, o material construtivo,
utilizado (madeira), bem como a pintura de tinta óleo, faz com que a propagação ocorra de
forma muito mais rápida. “Aumenta bastante o risco de nós termos múltiplos incêndios
em residências. Cabe ressaltar, e agora a gente está entrando no período de inverno, que é normal
que o pessoal faça uso de lareiras, de fogões a lenha, a gente só pede para que em momento
algum se perca a vigilância, não saia de perto desse fogão a lenha sem que ele esteja
desligado, porque uma fagulha pode fazer com que um incêndio de grandes proporções se
inicie. Não deixe a boca do fogão aberta, quando as lareiras têm um grau
de proteção, e sobretudo, vigilância constante, porque a gente entende que são equipamentos
que causam conforto, mas também que podem gerar um risco e um dano
tremendo”, reforça.

Já a prefeitura informa que está desde domingo atendendo as famílias e que nenhuma necessitou abrigo público. Além da retirada de entulhos do local é verificada a necessidade de cada família pela assistência social.