Pois nesta segunda-feira arrumei um tempo, criei coragem e fui para a Câmara de Vereadores. Afinal, havia um importante assunto em debate. Lembrei que em setembro do ano passado, ANTES das eleições, portanto, os vereadores aprovaram a realização de DUAS sessões ordinárias por semana. O vereador Moacir Camerini tanto insistiu que viu aprovada a mudança e elas passaram a acontecer. Isto fez com que Bento Gonçalves, que realizava uma reunião apenas, tivesse o mesmo número de sessões que o município de Farroupilha, com tem população de 69 mil habitantes, aproximadamente, e de Sapucaia do Sul, com população de 130 mil habitantes. Na minha pesquisa, constatei que, mesmo com população superior a Bento Gonçalves, Sapucaia do Sul possui apenas ONZE vereadores. Como se vê, os vereadores de Bento Gonçalves – com exceção de Moacir Camerini, Agostinho Petroli, Gustavo Sperotto e Idasir dos Santos – entendem que aqui precisam trabalhar menos que em Farroupilha, Sapucaia do Sul e muitos outros municípios. Mas, me causou espécie alguns pronunciamentos que tentaram justificar a eliminação de uma sessão. Em primeiro lugar, quando se candidataram à vereança SABIAM que teriam duas sessões semanais; em segundo lugar, gozaram com a inteligência das pessoas quando argumentaram QUE QUERIAM ECONOMIZAR (dois vereadores provaram que não era bem assim, mas qualquer pessoa, de mediana inteligência, poderia constatar isso); em terceiro lugar, o vereador Rafael Pasqualotto entendeu que a sessão não era necessária e que está na Câmara diariamente e qualquer pessoa poderia acompanhar seu trabalho, bastando “perguntar” a ele; em quarto lugar, fiquei pasmo ao saber que um dos vereadores trabalha de sol a sol, de domingo a domingo. Os pronunciamentos do vereador Gustavo Sperotto, que entrou com uma emenda – obviamente não aprovada pelos que “trabalham muito” – antecipando a sessão para às 14 horas (com isso liquidou com o argumento de “reduzir despesas”) pela solidez e clareza com que fez a defesa das duas sessões. Já o vereador Idasir dos Santos deu direto nos dedos daqueles que o atacaram pela sua postura em defesa das duas sessões. Para o vereador Rafael Pasqualotto, poderiam dizer que seu gabinete não é o local adequado para “expor seu trabalho a quem perguntar”. A tribuna da Câmara existe para que preste conta do que faz, SEM que lhe perguntem e com TV. Mas, com uma sessão semanal apenas, fica difícil, não, vereador? Claro que não tive como suportar determinados discursos e saí da Câmara. O que restou foi que os dezessete foram eleitos para cumprir DUAS sessões semanais, mas DOZE deles, depois de assumir, entendem que é demais e mudaram as regras. O povo? Bem, teve um que disse que 75% da população “não o representam”. Começou “bem” a nova legislatura, hein? É para o “inacreditável futebol clube”, com louvor!