No início desta semana, o Hospital Tacchini e a Caixa Econômica Federal assinaram acordo de empréstimo de R$ 11 milhões. O contrato prevê que a instituição bento-gonçalvense terá 12 meses de carência e 10 anos para quitar esse valor. Negociada desde fevereiro de 2016, esta é a primeira transação nos moldes dentro do Estado, já que nenhuma outra entidade conseguiu fornecer as garantias de pagamento exigidas pelo banco.

O dinheiro será utilizado para estabilizar o fluxo de caixa da instituição, que ficou desequilibrado desde que o governo do Estado deixou de fornecer alguns incentivos aos hospitais filantrópicos, em 2015. Desde então, o Tacchini tem utilizado o saldo devedor do banco para honrar os compromissos com fornecedores e funcionários. “Ficávamos o dia inteiro atendendo fornecedores e equalizando as necessidades deles com as possibilidades financeiras que se apresentavam”, descreve o superintendente executivo da instituição, Hilton Roese Mancio.

Contudo, o custo para manter as despesas mensais em dia com a conta do banco no negativo fazia com que os encargos crescessem a cada dia. Apenas no último ano, o hospital pagou R$ 2,3 milhões em juros. “Este é o último passo de uma reestruturação que começou em 2015, quando fizemos uma análise profunda de onde poderíamos cortar sem impactar no consumidor final. O que fizemos foi modificar o perfil da dívida de curto para longo prazo, reduzindo o custo financeiro”, complementa Mancio.

A reorganização citada pelo superintendente executivo do hospital foi a responsável pela primeira diminuição do quadro de funcionários na história da instituição, quando foram demitidos 40 colaboradores da área administrativa, em 2015. Além disso, o Tacchini passou a negociar equipamentos e materiais direto com as fábricas, eliminando o custo de fornecedores.

Sem impacto para o consumidor final

O superintendente do Hospital Tacchini faz questão de ressaltar que a instituição tem todas as condições de quitar a dívida sem impactar no atendimento ou nos valores cobrados de pacientes ou clientes do plano de saúde. “Essa análise dos processos internos e o enxugamento do quadro de funcionários veio justamente para isso. Com a estabilização do capital de giro conseguiremos pagar o empréstimo sem fazemos novas dívidas”, projeta.

Com a manutenção da qualidade dos serviços e do valor do plano de saúde, Mancio prevê um aumento no rigor com os inadimplentes para não ter problemas de caixa. “Não somos uma empresa comercial e sabemos disso. O que vamos fazer é tentar com que seja honrado tudo que foi acordado em relação às condições de pagamento combinadas. Do contrário, teremos que buscar recursos de outros meios”, conclui.

Com a estabilização do capital de giro, o hospital Tacchini terá fôlego financeiro para estender seus investimentos em novos equipamentos, bem como continuar a ampliação da sua área física. Em 2017, estão previstos investimentos de cerca de R$ 7 milhões na instituição.

Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, dia 11 de fevereiro de 2017.