O governo estadual antecipou para a manhã da terça-feira, 7, a reunião com o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul – Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Cpers) para negociar o fim da greve. Porém os representantes da categoria – que aguardavam uma proposta por parte do Estado – tiveram uma surpresa.
A diretora geral do sindicato em Bento Gonçalves, Juçara Fátima Borges, conta que o governo, mais uma vez, quis saber as demandas dos professores. “O governo chamou a gente para uma reunião para pedir qual era a reivindicação. Eles sabem a proposta da categoria. Disseram que, a partir 48 horas, vão dar um retorno para o sindicato. Não houve nada efetivo”, lamenta.
Para ela, o Estado brinca com a educação. “A principal reclamação do professores é o corte do ponto a partir do dia 25 de novembro. É zombar de um assunto sério, com a recuperação dos alunos. Em dezembro a categoria está com o contracheque zerado. Quem é que vai trabalhar de graça?”, questiona.
Juçara diz que algumas escolas estão recuperando as aulas até o dia 25 de novembro, porém outros professores aguardam o calendário de pagamento dos dias descontados para terminar o ano letivo. “Se o governo estivesse preocupado com a educação, teve a oportunidade de negociar com o sindicato. Ninguém faz greve por fazer. Já tivemos o 13º salário parcelado em 12 vezes. Os vencimentos de dezembro devem começar a serem pagos na metade de janeiro”, comenta.
Na região da 16ª CRE, 21 escolas não terminaram o ano letivo
Alexandre Misturini, coordenador da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), diz que, em toda região, 21 escolas estão parcialmente paralisadas e 53 funcionam normalmente. Em Bento, as com maior volume de alunos que não conseguiram finalizar o ano letivo são o Colégio Estadual Dona Isabel e a Mestre Santa Bárbara. “O calendário divulgado pelo governo previa a recuperação das aulas até o dia 23 de janeiro, porém muitos professores estavam aguardando essa reunião”, diz.
Segundo ele, muitos profissionais encerraram a greve e já recuperaram parte dos dias letivos. “Cada escola tem uma situação diferente. É direto constitucional do professor fazer a greve, nem se discute isso, mas também é direito do aluno ter o número de horas e dias letivos previstos. Todos os outros governos dialogaram e abonaram o ponto desses dias. Agora aguardamos uma definição da Secretaria de Educação”, afirma.
Foto: Elisa Kemmer