Ainda não vi um livro que contasse as histórias dos maiores escândalos de corrupção do nosso país. Talvez porque não somente demandaria um investimento razoável da pretensa e corajosa editora – ainda mais nos tempos atuais – pois, certamente, o lançamento já contaria com volumes I, II, III, IV…
Além disso, pensando bem…em mãos erradas seria um manual do crime, embora em pouco tempo, estaria desatualizada, pois são “zumbis” que, quando não silenciados com altas doses de propina, emergem de uma hora para outra de gavetas, arquivos, bolsos e até mesmo… cuecas, tendo por habitat preferido a região do planalto central.
Contudo, embora não estejam catalogados em uma única enciclopédia dos crimes contra a administração pública, nossa geração – acima de 50 anos – ao ouvir hoje muitas das canções que embalavam o sábado à noite, poderão voltar ao passado ao som das letras politizadas que denunciavam escândalos e a situação “moral” caótica do país naqueles tempos.
Uma das que mais impressiona é da autoria do grupo musical ULTRAJE A RIGOR, cuja primeira estrofe da música INÚTIL (1985) reverbera até hoje e nos lembra de que nada é por acaso:
A GENTE NÃO SABEMOS ESCOLHER PRESIDENTE – isso vem de longe – / A gente não sabemos tomar conta da gente / A gente não sabemos nem escovar os dente / Tem gringo pensando que nóis é indigente / Inútil, a gente somos inútil… São tantas, mas não poderia deixar de fora Renato Russo da banda LEGIÃO URBANA. Na canção O TEATRO DOS VAMPIROS (1991), questiona a nossa própria cegueira política nos dizeres da estrofe: Ninguém vê onde chegamos / Os assassinos estão livres, nós não estamos / Vamos sair mas não temos mais dinheiro / Os meus amigos todos estão procurando emprego / VOLTAMOS A VIVER COMO HÁ DEZ ANOS ATRÁS / E a cada hora que passa envelhecemos dez semanas… Afinal… Nas favelas, no senado – hoje essa lista no verso seria bem mais longa – Sujeira para todo lado / NINGUÉM RESPEITA A CONSTITUIÇÃO / Mas todos acreditam no futuro da nação / QUE PAÍS É ESTE?
Desculpem, o assunto é muito sério Pra dizer que não falei das flores…mas o perfume atual não está nada agradável e continuamos dançando…
E assim seguimos, com GOVERNOS VAGA-LUMES, os quais costumeiramente têm um apagão, de uma hora para outra desaparecem e, quando acendem, estão longe da realidade, sua luz é tão fraca e passageira que nada ilumina, porém, nos custa caro, muito caro.
Ou ainda com o que tem de pior, GOVERNOS MOSCAS, que rodeiam, rodeiam, vivem voando em grupos, alguns de longe até enganosamente se assemelham a abelhas produtivas ou, pasmem, sofrem da síndrome de narcisismo, se sentem pombas da paz, na verdade…cacarejam em outros terreiros…descuidando de seu próprio quintal.
GOVERNOS MOSCAS vivem a propagandear o que não fazem, ou do que seria mera obrigação dos mesmos, quando não, adoram pegar carona no sucesso alheio e sempre, sempre, sugam, empanturram-se de recursos públicos, criam narrativas, dividem, não agregam e, incrível, adoram apontar problemas… dos outros. Pousam sobre os problemas passivamente, nada ou muito pouco resolvem de forma objetiva e competente, se enredam entre si e assim se somam aos problemas por si gerados…
Infelizmente, ao contrário da efêmera vida das moscas, DESGOVERNOS DE VAGA-LUMES e/ou MOSCAS, duram longos e penosos 04 anos, é muita…
Entretanto, há ainda quem goste de viver governado por “moscas”, embora possam se arrepender no caixa do mercado e, de uma forma até mesmo tímida e vergonhosa – é raro – reclamem de suas próprias e reiteradas escolhas.
Por último, uma notícia de utilidade pública!
Caro leitor, se lhe aplicaram a recente fraude no seu INSS, não responda qualquer mensagem de terceiros, vá direto ao aplicativo MEU INSS…enquanto é seu, enquanto é tempo…
Dito isso, pt. saudações!
Vamos em frente!