O governo federal revisou a sua estimativa para o salário mínimo em 2019 de R$ 1.002, que havia sido feita em abril deste ano, para R$ 998. A nova previsão consta em nota técnica do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias do próximo ano, divulgada pela Comissão Mista de Orçamento.

Atualmente, o salário mínimo, que serve de referência para cerca de 45 milhões de pessoas, está em R$ 954. Com isso, o aumento previsto para o próximo ano passou a ser de R$ 44. Com a nova previsão, o governo estima que vai deixar de gastar R$ 1,21 bilhão em 2019. Isso porque, para cada R$ 1 de aumento, há o impacto de R$ 303,9 milhões em despesas, sendo R$ 243 milhões apenas nos gastos do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O reajuste do salário mínimo obedece a uma fórmula que leva em consideração o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes e a variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do ano anterior. Para o mínimo de 2019, portanto, a fórmula determina a soma do resultado do PIB de 2017 (alta de 1%) e o INPC de 2018. Como só será possível saber no início do ano que vem a variação do INPC de 2018, o governo usa uma previsão para propor o aumento.

A revisão na estimativa para o salário mínimo em 2019 ocorre porque o governo revisou de 3,8% para 3,3% a sua previsão para o INPC de 2018 – que é utilizado como referência para a correção do salário mínimo no ano que vem. Além da inflação e do resultado do PIB, no reajuste do mínimo de 2019 está embutido uma compensação pelo reajuste do mínimo deste ano, que ficou abaixo da inflação medida pelo INPC.

Até o fim de 2018, o governo ainda pode mudar o valor caso haja novamente alteração na previsão para a inflação deste ano, que compõe a fórmula para o cálculo do reajuste do mínimo do ano que vem.

Impacto nas contas públicas

O reajuste do salário mínimo tem impacto nos gastos do governo. Isso porque os benefícios pagos pelo INSS aos aposentados não podem ser menores do que um salário mínimo. Com o aumento de R$ 44 no salário mínimo no próximo ano, os números da área econômica indicam que haverá um aumento nos gastos públicos de mais de R$ 13,4 bilhões somente por conta desse reajuste. Antes da mudança da previsão, o impacto seria maior, de R$ 14,54 bilhões.

Salário mínimo “necessário”

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), para suprir as despesas de uma família de quatro pessoas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria necessário um salário mínimo mensal de R$ 3.696,95.

Fonte: Portal O Sul