O Governo Federal anunciou, nesta terça-feira, 11, a anulação do leilão realizado na semana passada para a compra de 300 mil toneladas de arroz beneficiado importado. A decisão foi tomada visando aprimorar o processo de leilão, em resposta às recomendações da Controladoria-Geral da União (CGU) para garantir maior transparência e justiça nas transações comerciais relacionadas ao setor agrícola.
Embora a análise da CGU não tenha identificado conflitos de interesses sob as regras atuais, o governo optou por anular o leilão anterior e promover ajustes no processo. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com o apoio da Advocacia-Geral da União (AGU) e da própria CGU, será responsável por rever os mecanismos para a realização do novo certame. O objetivo é garantir que as empresas participantes atendam aos requisitos necessários para uma operação desta magnitude.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, reforçou o compromisso do governo em assegurar o abastecimento alimentar a preço justo. Ele destacou a importância da transparência e da prestação de contas para fortalecer a confiança tanto dos produtores quanto dos consumidores no sistema de abastecimento.
O presidente da Conab, Edegar Pretto, ressaltou que nenhum centavo do dinheiro público foi gasto até o momento. Ele enfatizou que a segurança jurídica e o zelo com os recursos públicos são princípios inegociáveis, justificando a decisão tomada. “Nenhum centavo do dinheiro público foi gasto até agora. A segurança jurídica e o zelo com o dinheiro público são princípios inegociáveis. É isso que justifica a decisão tomada”, afirma.
Além da suspensão do leilão, Fávaro comunicou a demissão do então secretário de Política Agrícola do Ministério, Neri Geller. Segundo o ministro, o desligamento foi solicitado pelo próprio secretário durante a manhã e prontamente aceita. O motivo por trás da demissão envolveu questões relacionadas à atuação de Geller, cujo filho, Marcello Geller, é sócio de Robson Almeida de França, empresário proprietário da Foco Corretora de Grãos, principal corretora do leilão de arroz realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Almeida foi assessor parlamentar de Geller na Câmara.
Fávaro destacou que, embora não haja fatos suspeitos, a situação gerou transtornos e motivou a decisão de Geller em colocar o cargo à disposição. O ministro ressaltou que, na época em que seu filho estabeleceu sociedade com a corretora, Geller não ocupava o cargo de secretário, o que, segundo ele, não configurava um conflito de interesses.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil