Brasil votou contra recomendação da OMS para retirar a cannabis da lista das substâncias psicotrópicas consideradas mais perigosas

O governo brasileiro foi contrário à votação que recomendava a retirada da cannabis da lista de substâncias psicotrópicas consideradas mais perigosas. A proposta, indicada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), não foi vista com bons olhos pelo Governo Federal, que avaliou a proposta como negativa, pois, flexibilizaria e reduziria o controle sobre a substância no país. A votação ocorreu na quarta-feira, 2 de dezembro, durante sessão da Comissão de Narcóticos da Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar do voto contrário, a maioria dos países decidiu pela exclusão da planta da lista.

De acordo com o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, o Brasil apresentou posição coerente com aquilo que vem defendendo nos últimos anos. Segundo ele, não é possível realizar flexibilizações para plantão ou uso da maconha fora da utilização médica, como é o caso do cannabidiol. “O Brasil reafirmou nessa reunião do comitê de entorpecentes da ONU que a posição brasileira é coerente com a maioria dos países do mundo no sentido de não fazer nenhuma flexibilização para a plantação ou o uso da maconha fora da utilização do cannabidiol, fora dos componentes médicos e doenças onde há flexibilidade para o uso desse produto e há uma ação efetiva desse produto”, explica.

Segundo Lorenzoni, qualquer flexibilização que permite a utilização da planta para outros fins, certamente irá aumentar o uso recreativo, trazendo “consequências devastadores para toda a sociedade brasileira”, disse.

No entanto, apesar da contrariedade, Lorenzoni destacou que o governo mantém a posição em relação ao uso medicinal do produto. “O Brasil já autorizou para que se possa adquirir esse produto, possa ser processado e elaborado nas diversas apresentações aqui dentro do território brasileiro e possa ser disponibilizado para aqueles pacientes que, eventualmente, possam se beneficiar”, ressalta.

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