Executivo anuncia que vencimentos serão pagos por meio de depósito judicial e Araucária mostra surpresa com decisão

A Prefeitura de Bento Gonçalves anunciou na quinta-feira, 10, que vai realizar o pagamento dos débitos com a Fundação Araucária por meio de um depósito judicial. O valor aproximado é de R$ 1,6 milhão e será destinado para o pagamento dos salários referentes ao mês de abril. O contrato com a empresa encerrou no final do mês passado.

De acordo com informações da Secretaria de Saúde, a medida foi tomada para garantir que os salários sejam pagos, como forma de segurança. Não foi determinado o prazo do pagamento, visto que a decisão deverá ser tomada pela Justiça do Trabalho.

Segundo o secretário de Saúde, Diogo Siqueira, o contrato com a Araucária foi encerrado por uma questão de transparência e reestruturação. “Era um acordo que já tinha mais de seis anos e precisávamos encerrar. O principal problema é que, em determinado momento, nós tínhamos mais funcionários terceirizados do que concursados”, expõe.

Além disso, ele teme que se o pagamento fosse feito diretamente, seria necessário que o Poder Público pagasse a mesma conta duas vezes. “A gente não sabe como funciona a parte financeira da Araucária. Temos relatos de funcionários que não receberam indenização e já deveriam estar recebendo. Então, enquanto não houver essa certeza, a gente achou melhor segurar esse valor”, salienta. Siqueira ainda coloca que o Poder Público pagou, ao longo de todos os meses, uma cota mensal para cobrir as despesas de 13º, férias proporcionais e indenização sem justa causa.

Segundo o diretor administrativo da Fundação Araucária, Lídio Bassani, a empresa tomou por surpresa a atitude da Prefeitura. “Nós já tivemos mil funcionários aqui em Bento, mas nunca deixamos recair nenhum compromisso e nenhum problema no município”, justifica.

Bassani também destaca que não recebeu qualquer informação sobre o depósito judicial e que a Araucária está cobrando do Poder Público, para pagar a folha dos funcionários referente ao mês de abril. “O atraso está existindo em virtude disso”, aponta.

Sobre as indenizações, o diretor afirma que a empresa tem dez dias após a data da demissão para cumprir com as obrigações legais. “Se não for paga de um jeito, vai ser paga de outro. Como a Fundação é uma empresa idônea e tem muitos bens, não vai se indispor de fazer um acerto com pouco mais de cem funcionários quando já fez com mil”, argumenta.