O avanço de uma frente fria vai provocar chuva e derrubar novamente as temperaturas entre a quinta e a sexta-feira, 12 e 13, em todo o Rio Grande do Sul. A previsão indica ainda que pode ocorrer temporais isolados e granizo em alguns pontos do estado. Segundo a meteorologia, em decorrência das queimadas, pode ocorrer o fenômeno chamado de “Chuva Negra”, em razão da fuligem das queimadas.

Conforme a Metsul Meteorologia, um sistema de baixa pressão chega ao território gaúcho pela parte Oeste e Sul. Nas demais regiões gaúchas, parte da quinta-feira ainda terá tempo firme com muita fumaça no céu obscurecendo o céu. Será perceptível o odor de vegetação queimada devido à fumaça em diversos municípios, especialmente de maior altitude da Metade Norte. No decorrer da quinta, a frente fria avança pelo Rio Grande do Sul e leva chuva até o fim do dia para quase todo o estado.

Em Bento Gonçalves, a previsão é de que o dia permaneça nublado e que chova fraco no período da noite. As temperaturas devem ficar entre 15ºC e 17ºC.

Na sexta-feira, 13, o tempo segue instável no Rio Grande do Sul pela influência da frente e ainda se espera chuva na maioria das regiões. A instabilidade será maior na Metade Norte, onde em alguns pontos pode chover por vezes forte com trovoadas e ocasional queda de granizo. Em Bento, o cenário pouco muda. Apenas há aumento no volume de chuva, em torno de 16 milímetros ao longo do dia.

Queimadas e fuligem escurecem o céu no Rio Grande do Sul

Nesta quinta-feira, o Rio Grande do Sul deve enfrentar um cenário atmosférico peculiar devido à grande quantidade de fumaça das queimadas. O céu do estado pode apresentar uma tonalidade mais escura durante o período diurno, com possíveis variações que incluem um tom alaranjado em algumas localidades antes da chegada da instabilidade.

O aumento no desenvolvimento vertical das nuvens, tanto com quanto sem a presença de fumaça, já contribui para a redução da luminosidade. A intensa fumaça, resultado das queimadas, deve deixar o céu ainda mais escuro. Além disso, a instabilidade frontal prevista para os próximos dias pode trazer a chamada “chuva preta,” que ocorre quando fuligem e partículas contaminantes se misturam com a umidade atmosférica e se precipitam junto com as gotas de água.

A fuligem, formada pela combustão incompleta de materiais orgânicos e combustíveis fósseis, é constituída principalmente de carbono e pode permanecer suspensa no ar por longos períodos devido ao seu tamanho reduzido. Quando essas partículas se misturam com a umidade das nuvens, elas agem como núcleos de condensação, resultando em uma precipitação contaminada.

Impactos Ambientais e Urbanos

A chuva preta, que pode não apresentar necessariamente uma coloração escura, é um indicador de altos níveis de poluição e é frequentemente observada em áreas próximas a queimadas e locais com intensa queima de combustíveis fósseis. Esse fenômeno pode ter impactos visíveis, como a formação de uma camada de sujeira em superfícies urbanas, afetando prédios, veículos e infraestrutura, e possivelmente levando à degradação desses materiais e aumento nos custos de manutenção.

Volume de chuva e risco de transtornos

O volume de chuva esperado para o Rio Grande do Sul deve ficar dentro dos padrões normais para o mês de setembro. A precipitação será abrangente, com acumulados que podem variar entre 50 milímetros ou mais em algumas áreas entre esta quinta e sexta-feira. Em muitas regiões, os acumulados de chuva não deverão ser elevados, e o risco de transtornos significativos devido às precipitações é baixo na maior parte do estado. No entanto, em algumas cidades, a chuva pode ser localmente moderada a forte, resultando em volumes de precipitação mais altos em curtos períodos.

Foto: Fabian Ribeiro / Arquivo / Reprodução