Quem entra no Parque Esportivo Montanha dos Vinhedos no início de fevereiro, há pouco mais de um mês do início da Divisão de Acesso 2017, consegue notar de longe a qualidade do gramado onde a bola rolará. Nele, a equipe comandada por Badico buscará a volta para a elite do futebol gaúcho.

O responsável por manter o campo em condições de jogo é Leorindo Ferri, que está no Esportivo desde 1991, quando o clube mandava suas partidas no antigo Estádio da Montanha, no bairro Cidade Alta. O cuidado de Ferri com o campo é visível. Ao andar pelo gramado, vai recolhendo os objetos e pedras que eventualmente possam atrapalhar a qualidade.

“Fazia tempo que não via o campo tão bom assim”, reconhece o roupeiro da equipe, Reni Teixeira Souza, conhecido apenas como Reni, que está no clube desde o ano 2000. Ferri explica: em 2016, as categorias de base encerraram as atividades em 23 de outubro, dando mais tempo à ele para deixar o gramado em condições ideais. “Faço isso há mais de quarenta anos. Adubo, molho e corto. É tudo comigo”, conta.

Juntamente com a copeira Margarete de Oliveira, conhecida nos corredores do clube apenas pelo apelido de Marga, os três são algumas das peças da engrenagem do Esportivo que ficam por trás dos holofotes, mas igualmente responsáveis pelo andamento do clube. Ao longo do tempo que estão no alviazul, colecionam inúmeras histórias e curiosidades sobre vitórias, elencos e atletas que passaram – seja pela antiga ou nova casa.

Do futebol, cada um possui as suas lembranças próprias. Reni lembra o time campeão da antiga Copa RS, em 2004. Já Ferri recorda, ainda no Estádio da Montanha, os elencos de 99 e 2000, com Wandick, Ernestina e Anderson Cebola. “Eu sempre lembro com carinho do gol do Marco Antônio, contra o Farroupilha, em Pelotas, que salvou o time do rebaixamento”, recorda-se dona Marga.

Fúria pretende aproximar torcida e comunidade

Fundada em novembro de 2004, a torcida organizada Fúria Alviazul também está mais próxima do clube nesta temporada. O apoio que vem da arquibancada também será fundamental para recolocar o Esportivo na elite do futebol gaúcho em 2018.
De acordo com o membro da organizada e responsável pelo setor de caravanas da torcida, Alison Felipe Dal Pai, a Fúria Alviazul vem realizando diversas ações para aproximar a torcida e o clube da comunidade.

Uma delas é a Parada Alviazul. A primeira edição ocorreu no sábado, 28 de janeiro, no centro de Bento Gonçalves, com a comercialização de produtos da torcida e arrecadação de alimentos não-perecíveis. A segunda edição ocorre hoje, 4 de fevereiro, a partir das 9h30min.

O dinheiro arrecadado com a venda de material é destinado para a própria torcida, que não recebe verbas do clube, e utilizado para viagens para apoiar o clube, divulgação dos materiais, entre outros. Os itens também são produzidos pelos próprios membros da organizada.

A participação e proximidade com o clube e a diretoria também existe. O presidente da Fúria, Cristian Cassinelli, faz parte do Conselho. “Além disso, a torcida possui uma estrutura de organização, com corpo diretivo responsável pelas diferentes atividades”, destaca Dal Pai.

Atualmente, o cadastro da torcida conta com cerca de cem membros. O objetivo é trazer ainda mais torcedores para próximo do clube. E isso inclui o público feminino. De acordo com a responsável pelo marketing da Fúria, Luana Zortéa, são cerca de 15 torcedoras no grupo atualmente. “Temos que incentivar o público feminino a comparecer cada vez mais”, destaca ela.