Considerado uma tendência mundial, os famosos food trucks, modalidade de comércio de alimentos sobre rodas, ganha espaço em Bento Gonçalves. Estão em ônibus, kombis e até mesmo motocicletas. São diversas adaptações para que a atividade ganhe mais adeptos. Aos poucos, essa atividade ganha força também em cidades do interior. Mas, antes de colocar em prática, é importante organizar as ideias, e buscar auxílio para a montagem do negócio. De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, são cerca de 30 empreendimentos aptos para o trabalho na cidade e que, em breve, deverão ganhar uma legislação específica para o empreendimento.

Ainda em crescimento, as solicitações de consultoria para planejamento de recursos, de negócios e assessorias financeiras são vistas, por muitos empreendedores como uma área com pouca necessidade de investimento, se comparado a outros comércios. É o que afirma a técnica de Atendimento do Serviço de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) – Regional Serra Gaúcha, Viviane Schena. “Essa tendência virou moda e incentivou o empreendedorismo, pois muitos consumidores passaram a buscar os caminhões como forma de acesso a alimentos mais sofisticados e a preços acessíveis. Inclusive, esse modelo de negócio também prospera no setor de franquias. O mercado de alimentação é bilionário e atrai muitos investidores, justamente por oferecer diversas segmentações e amplas oportunidades”, afirma.

Trabalho aguarda formulação de lei

Um empecilho que os novos empreendedores estão encontrando na implantação do comércio ambulante e food trucks em Bento Gonçalves é a falta de uma legislação específica para o negócio.

Na última quarta-feira, 21, a Câmara de Vereadores realizou uma audiência pública com o objetivo de discutir alternativas para a elaboração de uma lei para a exploração do comércio ambulante de alimentos preparados e bebidas no município. O encontro, organizado pelos vereadores Eduardo Virissimo e Rafael Pasqualotto, ambos do Partido Progressita (PP), contou com a presença de secretários municipais e os proprietários dos empreendimentos para a criação de normas de regulamentação do setor na cidade.
Segundo Virissimo, há um esforço coletivo para viabilizar a regularização o mais breve possível. “Vamos trabalhar junto ao Poder Executivo para que o setor seja regulamentado da melhor maneira. Vamos encaminhar ao prefeito Guilherme Pasin, um documento com as principais reivindicações da categoria”, afirma.

De acordo com o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Silvio Pasin, o projeto está sendo construído em consonância com as sugestões e anseios dos empresários do ramo. “Nem tudo que foi solicitado aqui está contemplado, mas posso dizer de forma tranquila que estamos muito próximos de um equilíbrio das ideias apresentadas”, enfatiza.

O vereador Pasqualotto ressaltou a importância da audiência pública e afirmou que a lei vem para melhorar e dar garantias aos comerciantes beneficiados com a legislação. “Ouvimos sugestões interessantes. A lei não pode ser elaborada só dentro do gabinete. É por isso que realizamos esta audiência, para ouvirmos a realidade daqueles que sobrevivem desta atividade. Vamos aperfeiçoar e regrar o setor de forma equilibrada”, explica.

Empreendimento abriu novas portas para projetos futuros

Em novembro do ano passado, Itacir e Silvania Pilan decidiram investir em um truck, mas queriam algo diferente do que o mercado já conhecia. Foi então que os dois aplicaram R$ 180 mil na criação do Nega Maluca, um ônibus Mercedes Benz, modelo 1621, que mede 12 metros de comprimento, voltado à gastronomia diferenciada e criativa. “Foi exigido estudo e preparo, pois embora a ideia pareça simples, é preciso ter afinidade com o mundo dos negócios e da gastronomia. Temos um estabelecimento comercial que está dentro dos padrões e possui todos os alvarás”, afirma Silvania.

Na divisão das tarefas, Itacir é o chefe de cozinha, é ele quem prepara e elabora os cardápios e pratos. “Priorizo os detalhes, que fazem muita diferença na hora de apresentar o cardápio aos clientes”, enfatiza. Já Silvana, se auto intitula como a “Nega Maluca”, e administra o empreendimento.

Apesar de novo, os proprietários garantem resultados positivos em retorno financeiro e abertura na participação de eventos, dentro e fora da cidade.