Ação foi definida durante reunião e após circulação de vídeo, onde agentes da GCM são acusados de racismo contra um vendedor ambulante haitiano; profissionais da prefeitura receberão aulas de crioulo e francês para facilitar a comunicação entre as partes

Uma reunião entre a Secretaria de Segurança, Coordenadoria do Núcleo de Ação Social e integrantes do Movimento Negro Raízes, realizada na quarta-feira, 16, colocou em pauta a situação dos imigrantes haitianos e senegaleses que realizam a venda de produtos ilegais nas ruas de Bento Gonçalves. Durante o encontro, os participantes puderam definir ações para dar início a um trabalho de conscientização e inserção do público-alvo na sociedade.

A reunião ocorre após a divulgação de um vídeo que circula nas redes sociais, acusando integrantes da Guarda Civil Municipal (GCM) de racismo, no momento em que um vendedor ambulante é abordado pela equipe de fiscais da prefeitura de Bento. Nas imagens é possível ouvir uma pessoa relatando que um haitiano teria sido vítima de racismo, além de ter sido derrubado pela guarnição.

Na quarta-feira, a GCM emitiu nota oficial se posicionando sobre o ocorrido. Segundo o órgão, durante a abordagem a um vendedor ambulante, os ficais teriam sido hostilizados e, por isso, solicitaram o apoio dos guardas civis. De acordo com a GCM, não ocorreram agressões físicas. “A Guarda Civil, também, atua em apoio aos fiscais municipais em abordagens a vendedores ambulantes e afirmamos que em nenhum momento houve agressão ou qualquer tipo de violência. Somente foi solicitada a entrega do material irregular, como já é realizado”, disse  o comandante da Guarda Civil Municipal, Clóvis Lavarda.

Segundo a representante do movimento Raízes, Lisiane Pires, o encontro é o início pela busca por diálogo com o grupo, formado principalmente por imigrantes senegaleses. “O objetivo agora junto com o Movimento Negro Raízes é entender o contexto em que estão envolvidos os Senegaleses, que atuam como ambulantes, realizar a  busca ativa destes imigrantes, e trabalhar o diálogo com o grupo, inclusive com a tradução da legislação que não permite a venda de produtos irregulares para o árabe e o francês, língua falada por eles”, ressalta. 

Entre as ações já definidas está a capacitação de agentes da GCM e fiscais, com o oferecimento de aulas de crioulo e francês, a fim de facilitar a comunicação entre os envolvidos.

Foto: Secretaria de Segurança Pública / Reprodução