Fim do Consulado do Grêmio?

Bem, prezado amigo gremista, foi essa a conclusão que cheguei. Os “consulados do Grêmio” acabaram. Recebi “carta circular” (dessas que se manda para várias pessoas o mesmo texto, mudando só o destinatário) – deduzi que eu meus cônsules adjuntos não merecíamos sequer um contato pessoal ou, mesmo, via telefone, informando que não servíamos mais para o Grêmio. Nesta “carta” está escrito, literalmente: “Desde que assumiu a presidência, Fábio Koff repassou a todos os departamentos do clube as diretrizes da nova administração. Dentre essas diretrizes se encontra a busca pela construção de novas lideranças, bem como pela alternância em cargos de CONFIANÇA DA DIREÇÃO”. Desde 15 de setembro de 1999, quando fui nomeado cônsul por indicação do então cônsul Paulo Nichetti (que, por sua vez, havia sido indicado pelo saudoso gremista Ângelo Zandoná), vários presidentes e diretores passaram pelo Grêmio. Nunca um cônsul foi demitido por “confiança da direção” que eu saiba, mas, eventualmente, por falta de trabalho pelo Grêmio ou por denegrir, de alguma forma, a imagem do Clube.

 

Uma Nova Era no Grêmio

Pois, agora, vários cônsules foram demitidos, defenestrados sumariamente por e-mail enviado pelo departamento consular do qual constava a “carta circular”. Fui CÔNSUL DO GRÊMIO passando pela gestão de vários presidentes. Sempre pensei que fosse “cônsul do Grêmio”, não “cônsul do presidente ou de diretores do Grêmio”. Durante esse tempo em que exerci o cargo, procurei trabalhar – e muito – pelo Grêmio. Se melhor não fiz foi por absoluta incompetência. Dediquei muito de meu tempo, da mesma forma que os cônsules adjuntos, em prol do Clube. Obviamente, como é do conhecimento de todos, o trabalho é de dedicação GRATUITA, ou melhor, se gasta do próprio bolso (e, não raramente, não é pouca coisa) quando se trabalha, efetivamente, pelo Clube. E não é preciso citar o que o ex-consulado do Grêmio de Bento Gonçalves fez pelo Grêmio. Todos os gremistas e os bento-gonçalvenses têm pleno conhecimento. Todavia, eu, particularmente, votei em Paulo Odone para a presidência do Grêmio e não em Fábio Koff. Não deveria votar naquele de quem fazia parte na diretoria?

 

A política dos clubes

Quando Duda Kroeff derrotou o candidato de Paulo Odone, Antônio Vicente Martins, também não votei nele. Mas, Duda Kroeff soube, antes das eleições – a exemplo de Fábio Koff – que, tão logo fosse apurado o resultado, eu em estaria ao lado do novo presidente, trabalhando pelo Grêmio como sempre fiz. Duda é a maior testemunha de que jamais lhe fiz oposição. Sempre julguei imbecilidade qualquer gremista fazer oposição do presidente do seu clube do coração. Duda Kroeff teve em mim um aliado de todas as horas. Tanto que, mesmo com o desejo contrário de alguns gremistas, Duda definiu a pré-temporada de 2009 em Bento Gonçalves. E, depois, aceitei o cargo de vice-presidente da Grêmio Empreendimentos, eleito pelo Conselho Deliberativo. Como se pode constatar, a política dos clubes de futebol foi contaminada pela política partidária. Suponho, portanto, que a minha demissão do consulado DO GRÊMIO não foi por falta de trabalho ou incompetência, mas pela politica que tomou conta dos clubes. E para que não se diga que “fiz campanha contra Fábio Koff ou lhe fiz oposição”, reproduzo colunas que escrevi no ano passado. Nunca utilizei os espaços jornalísticos que disponho para política no Grêmio. É só constatar a seguir.

 

As colunas escritas

Em coluna que antecedeu as eleições, 29 de setembro de 2012, escrevi sobre elas como está transcrito a seguir, na sessão que denomino de “ÚLTIMAS”. Veja:

“Sexta: Os sócios do Grêmio elegerão, nas urnas ou pelo correio, o novo presidente do Clube na eleição marcada para o dia 21 de outubro;

Sétima: Os gremistas estão torcendo para que a eleição não entre no vestiário nesse momento em que o time busca firmar-se como postulante ao título brasileiro e da sul-americana”.

Já na Coluna de 06 de outubro de 2012, está escrito, também na sessão “ÚLTIMAS”:

“Primeira: No dia 21 de outubro os sócios do Grêmio que estão aptos a votar, elegerão o presidente do Grêmio para o biênio 2013/2014, nas urnas que estarão no Estádio Olímpico;

Segunda: Poderão, também, votar pelo Correio. Os sócios estão recebendo a correspondência e a cédula de votação em casa ou no endereço cadastrado no Quadro Social;

Terceira: Como só serão computados os votos que chegarem ao Grêmio até o dia 17, às 17 horas, a Comissão Eleitoral recomenda (e está escrito no envelope que os sócios recebem) que os votos sejam colocados no Correio até o dia 9 de outubro, terça-feira próxima;

Quarta: Para que o voto seja válido, é necessário que o sócio acesse o site www.gremioeleicoes2012.com.br, clicar em “desbloqueie seu voto” utilizando o código de desbloqueio que está na cédula e libere o seu voto;

Quinta: Depois é só fechar o envelope conforme as instruções dele constantes e colocar no Correio. Não há custo algum para isso. O selo é pago pelo Grêmio;

Sexta: Esta será a mais importante eleição presidencial da história do Grêmio. Os dois próximos anos serão para catapultar o Clube Grêmio para o mundo, com a ARENA e com títulos”.

Como é fácil constatar, em nenhum momento fiz campanha contra ou a favor de alguém. Apenas divulguei o pleito eleitoral gremista, visando orientar os sócios.

FÁBIO KOFF PRESIDENTE

No sábado seguinte à eleição de Fábio Koff, escrevi esses tópicos na Coluna, que, a exemplo das demais, está arquivada no Semanário. Vejam, prezados gremistas, o que escrevi em 27 de outubro de 2012:

QUE FUTURO É ESSE?

Para que Koff tenha todos os gremistas ao seu lado ele terá que apaziguar o Clube. Nesses últimos anos vários grupos políticos nasceram dentro do Grêmio, notadamente no Conselho Deliberativo. Não deveria ser assim, mas havia grupos “a favor” e grupos “contra” o presidente. Difícil de entender? Sim, muito difícil, já que num Clube deveria ser bem diferente do que na política partidária. Na partidária, os vencidos nas eleições fazem oposição ferrenha aos adversários vencedores. Num clube, teoricamente, um presidente deveria ter o apoio de TODOS os seus membros, sejam eles conselheiros, dirigentes, funcionários, sócios e torcedores. Mas não é isso o que acontece. De minha parte, apoiador que fui de Paulo Odone, Fábio Koff já teve a palavra de que jamais serei seu opositor, antes pelo contrário. Quanto mais Koff se der bem na direção do Grêmio, melhor para mim, para nós, gremistas. Afinal, nossos adversários vestem vermelho. Fábio Koff poderá contar comigo para o que precisar, com todo o empenho e trabalho que sempre realizei pelo nosso Grêmio. E conclamo a todos os gremistas de Bento Gonçalves e região para que nos unamos, a partir de dezembro, em torno da nova diretoria. Os sócios mantendo suas mensalidades em dia e os não sócios buscando o consulado local para formalizar sua associação ao novo Grêmio, o Grêmio da ARENA. O futuro do Grêmio é promissor. Muitos títulos virão, tenham certeza disso. Abracemos, pois, a gestão Fábio Koff, a gestão do GRÊMIO, sem esquecer, porém, de tudo o que Odone fez pelo Grêmio.

 

E, para finalizar

Para finalizar essas informações e colocações que entendi necessárias, quero deixar expressos meus melhores agradecimentos e reconhecimento aos meus até agora cônsules adjuntos: Alexandre Garbuio, Paulo Roberto de Paula, Arthur Zorzi, Alisson Jazer, João Pedrassani e Renato de Paula, todos incansáveis e sempre disponíveis para o trabalho do consulado. Agradecer, especialmente, aos muitos gremistas que atenderam o nosso chamamento – do consulado e do Grêmio – para se associarem; aos gremistas, grandes amigos, que se colocaram à disposição; aos cônsules gremistas de toda a região que me apoiaram nesses últimos dois anos, no cargo de Diretor Consular Regional que exerci; reconhecido agradecimento a todos os cônsules do Brasil e do mundo, pelas mensagens de apoio que recebi durante todo o meu tempo como cônsul do Grêmio; agradeço, também, aos conselheiros do Grêmio que aprovaram meu nome como vice-presidente da Grêmio Empreendimentos. Meus agradecimentos aos gremistas de Bento Gonçalves pelo apoio que sempre recebi de todos sai do fundo do coração. Eles me ajudaram a não esmorecer, a trabalhar pelo nosso Grêmio, além de fortaleceram o meu gremismo. Muito obrigado a todos. Saio com o sentimento do dever cumprido, sem nenhum reparo ou constrangimento. Continuo, porém, CONSELHEIRO DO GRÊMIO, eleito que fui pelos sócios do Grêmio e, nessa condição, estou sempre à disposição de todos os gremistas para ajudar em tudo o que estiver ao meu alcance. E, certamente, continuo MAIS GREMISTA do que era. De Alma. As pessoas passam. O GRÊMIO É IMORTAL, ETERNO.