A recessão econômica no Brasil está atingindo vários setores e, com a queda vertiginosa da arrecadação, chegou a vez dos municípios gaúchos pedirem socorro. A Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) prepara um pedido ao Governo do Estado de um auxílio emergencial de R$ 250 milhões, provenientes do Caixa Único, em dezembro, além da antecipação, junto ao Banrisul, da primeira cota de janeiro de 2015 do ICMS para 30 de dezembro.

Pelo menos 126 cidades estarão implantando o meio expediente a partir de outubro para reduzir seus gastos e evitar o estouro nas contas. Neste caso, os prefeitos destes municípios já adiantaram ao presidente da Famurs que não terão recursos para fechar as contas no final do ano, caso não haja a antecipação estadual. A Famurs aponta que, no primeiro semestre de 2014, os municípios deixaram de arrecadar R$ 208 milhões. Estima-se que o repasse total de 2014 seja 5,4% inferior ao previsto pelo governo federal. A recomendação da entidade aos prefeitos é que tenham um cuidado muito grande e que cortem despesas, como horas extras, e funções gratificadas para que não falte dinheiro.

Mesmo Bento Gonçalves, com todo o seu potencial econômico, está sentindo os reflexos da estagnação econômica. Com a arrecadação diminuindo, a prefeitura deve definir ações práticas para conter ainda mais os gastos públicos. Não está descartado o corte no número de cargos de confiança, com o objetivo de oxigenar a folha de pagamento. É o malabarismo econômico que a crise atual nos obriga a exercer, seja poder público, iniciativa privada ou mesmo a população em geral.

Copa do Mundo, eleições, má administração das contas públicas, além da liberação excessiva de crédito, foram alguns dos fatores que contribuíram para que chegássemos nesta situação. A expectativa de melhora ainda está obscura e nem os analistas mais pragmáticos arriscam um palpite de quando ela irá aparecer.

O certo é que o final de ano será complicado para todo mundo. Teremos que apelar para o bom e velho jeitinho brasileiro se quisermos ter um Natal “gordo” e um 31 de dezembro realmente festivo. Faltam 63 dias para terminar 2014 e ainda não sabemos o que esperar de 2015.