Historicamente, com a falta de mão de obra, as mulheres precisavam ingressar no mercado de trabalho para suprir tal demanda. Eis que aí, criavam-se as creches, com o cunho assistencialista, enquanto as mães trabalhavam fora.

Até aí tudo bem. O fato é que isso se deu logo após a revolução industrial. No Brasil, por volta do início do século XX.

A questão é, que mesmo com a criação do ECA e da LDB e com os direitos das crianças assegurados, muitas mães, ainda neste século, estão sem ter onde deixar seus filhos.

Um retrocesso imenso ter de pensar em parar de trabalhar, em constituir carreira porque simplesmente não há vagas ofertadas pelos municípios. E as crianças, as famílias, ficam à deriva de um sistema que quer valorizar a mulher, pô-la no mercado de trabalho, mas que não trata a educação com prioridade. Nunca tratou, na realidade.

E então vêm critérios que nunca foram difíceis de enganar. A família se estrepa pra trabalhar 60 horas semanais para poder viver e, por ganhar pouco mais de 5 salários mínimos, não é contemplada com a vaga. Mesmo trabalhando demais, mesmo pagando impostos, mesmo que a lei assegure o acesso a todos.

A fila de espera é gigante, afinal são milhares aguardando solução em um município que abriga mais de 123 mil cidadãos.

Que continuemos a lutar, a exigir nossos direitos e a defender essa causa: criança deve estar na escola sim, enquanto os pais trabalham e buscam, também, um amanhã melhor para a cidade. Lutemos pelo que é nosso!