Em um rápido passeio pelos bairros de Bento, principalmente nos mais carentes, podemos ver animais abandonados. Alguns nasceram nessa situação e outros foram abandonados. Para evitar o aumento dessa população e os riscos que esses bichos podem ocasionar, a Secretaria da Saúde oferece castração gratuita para cães e gatos. Nesse ano, foram realizados 550 procedimentos, e a previsão é que mais 400 sejam feitos até dezembro. Mas a fila de espera não diminui, são 700 inscritos aguardando o procedimento.

A perspectiva da Secretaria da Saúde é que as inscrições continuem crescendo. A veterinária do setor de Vigilância Ambiental Analiz Zattera afirma que, anualmente, o poder municipal investe R$ 120 mil nesses procedimentos, para cerca de mil cirurgias oferecidas. A profissional ressalta que são necessários muitos anos de castrações para ver o reflexo dos procedimentos na diminuição dos animais de rua. Quem tiver interesse, pode se cadastrar entre os dias 1 a 15 de agosto, pelos telefones 30557265 ou 30557312. A inscrição vai para a lista de espera, que é atendida as prioridades.

A legislação municipal estabelece a ordem de preferência para o atendimento: animais de rua, pessoas de baixa renda, animais sob a responsabilidade de organizações de proteção, de protetores independentes, ou em lares temporários devidamente cadastrados junto à Vigilância Ambiental, proprietários que recebam benefícios sociais provenientes do Governo Federal, Estadual ou Municipal, devidamente comprovados. Os demais munícipes, que não se enquadram nesses critérios, serão encaixados após atendimento dos prioritários.

As organizações não governamentais (ONGs) de proteção aos animais também dão prioridade ao encaminhamento de animais recolhidos das ruas ou em estado de maus-tratos. Daiane de Mattos, presidente da ONG Todos por um focinho, afirma que as entidades estão tendo acesso com facilidade ao serviço, mas não sabe precisar quantos bichos foram encaminhados. Já a Amigos Pet enviou, em 2019, 56 cães e gatos, e cerca de 37 já foram atendidos. A Ações Para o Bem encaminhou 25 animais, sendo 19 atendidos.

Animais de rua oferecem riscos

Analiz comenta que as mordeduras dos animais de rua podem causar infecções e obrigar as pessoas a tomarem vacinas e antibióticos, além de poderem transmitir vários tipos de zoonoses. A contaminação ambiental também é um problema sério, pois as fezes ficam espalhadas pelas ruas disseminando doenças e parasitas a animais e pessoas.

A fiscalização do meio ambiente recebe denúncias de maus-tratos pelo Fala Cidadão (0800 979 6866). “Quando recebemos uma queixa, inicialmente é feito um trabalho de sensibilização e conscientização com os envolvidos. A partir disso, é solicitado de forma verbal melhorias no trato com os animais, caso não haja cumprimento da solicitação, é lavrada a notificação, e o infrator é autuado”, ressalta.

Para evitar o abandono

É realizado um trabalho nas escolas, com palestras e teatros buscando a sensibilização sobre os cuidados com animais de estimação, além de fiscalização quando se trata de denúncias de maus-tratos. Além disso, o programa se estende não apenas na parte da educação, mas também na Comunidade Terapêutica Rural com a confecção de casinhas para serem distribuídas. Em 2018, foram entregues 11 abrigos de cachorro e gatos às famílias que não têm condições de adquirir.

 

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