O paraíso existe, fica na Terra e tem nome e sobrenome: Fernando de Noronha. Com areias douradas, mar em tons de azul turquesa e verde esmeralda, corais, vida marinha esplendorosa, mata e formações rochosas.

A ilha é pequena, tem apenas 17 quilômetros quadrados e a menor BR do país – a 363, com seis quilômetros de extensão – o que facilita desbravar o território. Com as praias divididas em mar de dentro e mar de fora, é fácil coordenar a infinidade de atrativos e atividades.

Tem trilhas para caminhada e bike, surf, passeios de barco e de bugue e observação de golfinhos. Mas o que não pode ficar de fora do roteiro é o mergulho de cilindro, afinal, estamos falando de um dos melhores lugares do mundo para a prática do esporte.

Para quem não encarar a descida nem mesmo em um batismo – mergulho acompanhado por instrutor a 15 metros de profundidade em média –, basta uma máscara e um snorkel para se divertir e se encantar com as belezas escondidas nas piscinas naturais do Atalaia, que vão muito além dos peixinhos e dos corais coloridos – tartarugas, arraias e pequenos tubarões dão o ar da graça e nadam lado a lado com os visitantes. O surfistas também fazem a festa em Noronha. De dezembro a março, as praias da ilha – em especial a da Cacimba do Padre – ganham ondas perfeitas que variam de dois a cinco metros.

Para entender como Noronha, descoberta em 1503, continua tão preservada, é simples.  Até 1982 o lugar funcionou ora como presídio, ora como área militar. Somente nos anos 90 a ilha foi aberta ao turismo, e mesmo assim, com muitas restrições, uma vez que foi transformada em Parque Nacional Marinho e tombada pela Unesco como Patrimônio Mundial Natural.

O que fazer por lá?

  • Banhar-se nas praias da Cacimba do Padre, Baía dos Porcos e Sancho
Foto: Divulgação

A trinca de praias oferece os cenários mais bonitos de Noronha, em cima e embaixo d´água. Ficam no chamado mar de dentro, uma ao lado da outra. O acesso – Porcos e Sancho – não é dos mais fáceis, mas o sacrifício vale a pena para mergulhar nas águas transparentes repletas de peixes. Além disso, várias outras praias estão localizadas na ilha.

  • Fazer mergulho
Foto: Aventuras Pelo Nosso Mundo

As águas transparentes e a diversidade da fauna marinha fazem de Fernando de Noronha um dos melhores lugares do mundo para mergulhar. No cardápio – que traz alimentos para os olhos e a alma – estão cardumes variados e coloridos, arraias, tubarões, tartarugas, moreias, barracudas, golfinhos, esponjas e corais. A visibilidade chega a 50 metros e a ilha oferece ainda mergulhos noturnos – apenas para credenciados.

Para quem não tem prática, as operadoras locais oferecem o batismo, um mergulho de cerca de 15 metros de profundidade orientado por um instrutor e que inclui os equipamentos, como roupa de neoprene, cilindro, colete, máscara e pés-de-pato.

  • Admirar o pôr-do-sol
Foto: Ricardo Alves

 O sol se põe no lado das praias do mar de dentro. As mais disputadas são Conceição e Cacimba do Padre, além da praia do Boldró, onde o espetáculo pode ser contemplado de um mirante ou do Forte de São Pedro.

  • Snorkeling na Praia do Atalaia
Foto: Divulgação

O banco de corais pertinho da areia faz de Atalaia um dos melhores pontos de Noronha para mergulhar com snorkel. Além dos peixes coloridos, reúne polvos, tartarugas e pequenos tubarões.

O acesso à praia é controlado pelo Ibama e é preciso agendar o mergulho na sede do ICMBio (em frente ao Tamar, na BR). Antes, é preciso adquirir o ingresso do Parque Marinho. O bilhete tem validade de dez dias é dá acesso também à Baía do Sancho, Baía dos Golfinhos, Mirante Dois Irmãos e praias do Sueste e Atalaia. O ingresso custa R$ 75 para brasileiros e R$ 150 para estrangeiros e é vendido na Praça Flamboyant.

  • Observar os golfinhos

Para quem gosta de madrugar, um programa – que depende da sorte – é observar os golfinhos no mirante na Baía dos Golfinhos, às seis e meia da manhã. É neste horário que eles costumam aparecer para descansar depois da alimentação da madrugada.

Biólogos do Ibama que ficam de plantão no local dão orientações e emprestam binóculos para uma melhor contemplação, já que nesta praia é proibido mergulhar. Para chegar ao mirante é preciso adquirir o ingresso do Parque Marinho. O bilhete tem validade de dez dias é dá acesso também à Baía do Sancho, Mirante Dois Irmãos e praias do Sueste e Atalaia. O ingresso é vendido na Praça Flamboyant.

  • Conhecer a Vila dos Remédios
Foto: Divulgação

As construções histórias preservadas da Vila dos Remédios fazem o principal núcleo urbano da ilha parecer um cenário. O centrinho cresceu nos arredores da igreja de Nossa Senhora dos Remédios, construída em 1772 pelos portugueses e tombada pelo Iphan.

A vila abriga ainda a sede da administração da ilha – o Palácio de São Miguel -; as ruínas tombadas da Fortaleza de Nossa Senhora dos Remédios, erguida pelos portugueses no século 18; e o Memorial Noronhense (Espaço Cultural Américo Vespúcio), com reproduções de fotos antigas e textos que narram a história da ilha e explicam sua geografia e formação.

  • Ver a Tartarugada do Projeto Tamar
Foto: Divulgação

Realizada duas vezes por semana, entre janeiro e maio, a Tartarugada do Projeto Tamar permite ver de perto a desova dos animais na Praia do Leão. As vagas são poucas e é preciso pernoitar na praia, mas o programa é emocionante!

O tour começa por volta das 20h, reunido quatro pessoas (além do biólogo) e é de graça. A diferença das outras desovas é, além do horário, a espécie de tartarugas: a atividade acompanha tartarugas verdes, as maiores do arquipélago (cascos com cerca de 1,40 metro de envergadura e 400 quilos).

Os visitantes têm o privilégio não só de pernoitar na praia, como ajudar na contagem de ovos, nas medições e até nas marcações dos bichos. Durante a tartarugada é possível acompanhar todo o processo da fêmea: saída do mar, busca pelo canto ideal para depositar os ovos, cavação de buraco, desova, cobertura do ninho e retorno ao mar. Com sorte, ainda se vê filhotes de desovas anteriores nascendo na manhã seguinte. E aí é hora de ajudar na contagem dos ovos e auxiliar as tartaruguinhas que não conseguirem ir sozinhas para o mar.

A “hospedagem” é simples: a base de apoio do Projeto Tamar, uma pequena casa de madeira onde a turma dorme em colchonetes e sacos de dormir. Não há banheiro. Para inscrever é preciso ir ao posto da ONG na Praia do Boldró. A dica é ir cedo para garantir uma das poucas vagas.

  • Fazer trilha
Foto: Lucas Godoy

Noronha tem cerca de 20 trilhas que levam a praias e mirantes que podem ser exploradas a pé ou de bike (é possível pegar bicicletas emprestadas nas pousadas ou nos bicicletários). Boa parte é sinalizada e as distâncias variam entre 170 metros e cinco quilômetros.

Desde 2018, porém, cinco delas exigem reserva antecipada obrigatória: aquário natural da praia da Atalaia, Atalaia Contemplação, Morro São José, Abreus, Pontinha-Caieiras e Capim-Açu. O agendamento é gratuito (mas é preciso comprar ingresso para o parque), porém, as duas últimas trilhas exigem a contratação de guia. Dependendo da lua, a do Morro São José também exige acompanhamento.

  • Passear de barco
Foto: Divulgação

Todos os dias, de manhã e à tarde, os barcos partem da praia do Porto de Santo Antônio para passeios pelo mar de dentro. O tour dura três horas e tem como pontos altos o mergulho na Baía do Sancho e o visual da Ponta da Sapata – encontro de duas pedras que formam um desenho semelhante ao mapa do Brasil. É frequente a presença de golfinhos rotadores acompanhando os barcos ao longo do percurso. Informe-se na Associação de Barcos de Turismo ou com empresas de receptivo.

Fonte: www.feriasbrasil.com.br