Equipe conquistou todos os títulos estaduais que disputou, mas no Brasileiro a taça ficou próxima pelo segundo ano consecutivo; equipe feminina teve maior organização


Diversos títulos em nível estadual, um internacional e a proximidade com a conquista da elite nacional: esse foi o 2018 para o Farrapos Rugby Clube. O time bento-gonçalvense fecha mais um ano com números expressivos e com avaliação positiva; projeção é de que na próxima temporada o clube cresça ainda mais, principalmente com o foco nos jogadores de categorias de base.

A equipe foi mais uma vez comandada pelo argentino Javier Cardozo, que novamente se destaca entre os principais trabalhos em âmbito nacional. Ele levou o Farrapos a mais quatro títulos na temporada (veja tabela ao lado), tendo destaque para o Campeonato Gaúcho e o Torneo Binacional Brasil-Uruguai de Sevens, resultando em uma conquista internacional. O título brasileiro inédito chegou perto, já que o alviverde foi derrotado na final do Super 16 para a Poli Rugby (São Paulo/SP).

De acordo com Cardozo, a temporada se fecha com saldo positivo. “Foi um ano especial (…). No total, entramos mais de 30 vezes em campo e tivemos somente uma derrota, o que nos motiva ainda mais a melhorar e buscar esse título em 2019”, afirma, referindo-se à conquista nacional que seria inédita para o clube.

Entre Campeonato Gaúcho e o Super 16 — os principais torneios disputados — o Farrapos entrou disputou 18 partidas. No estadual, foram oito vitórias e 100% de aproveitamento. No Brasileiro, o time entrou em campo 10 vezes, tendo vencido nove destes confrontos. A derrota ocorreu justamente na final, no Estádio da Montanha, e configurou o segundo vice-campeonato nacional seguido.

Categorias de base

Além de técnico do Farrapos, Cardozo é referência para a Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) no sul, inclusive no que diz respeito à formação de atletas. Ele foi o head coach da Seleção Gaúcha de base em competições, além de gerir atividades ao longo do ano.

O trabalho dos últimos anos relativos às equipes de base no Farrapos foi notado nessa temporada. Segundo Cardozo, o time principal foi impactado por isso. “Vários atletas que vieram das categorias de base jogaram no principal. Então ficamos felizes de estar competindo nos primeiros lugares e renovando nossa equipe”, afirma. Foi o caso do ponta Murillo Bonesso, que ganhou espaço no time titular do Farrapos com apenas 19 anos e chegou à Seleção Brasileira M19.

Por conta disso, o trabalho com categorias de base é um dos pontos que melhoraram em 2018 para o time serrano, de acordo com seus gestores. “Foi um ano de muito trabalho e que tivemos muitas coisas positivas; captamos muitos atletas novos e fizemos boas atuações em todas competições. Com certeza estamos felizes pelos resultados”, avaliou o argentino, que já projeta o futuro para os atletas das categorias infantil e juvenil no Estádio da Montanha: “sabemos que esse é só o início. Vamos redobrar os esforços para 2019 continuarmos melhorando”, adiciona Cardozo.

Equipe feminina melhora resultados nesta temporada

O ano de 2018 significou sequência também para a equipe feminina do Farrapos Rugby Clube. Pelo segundo ano consecutivo, as jogadores do alviverde entraram em campo pelo Circuito Gaúcho de Rugby Sevens (CGR 7’s), melhoraram os resultados no torneio estadual e ganharam ainda mais espaço e atenção dentro do clube.

Ao longo do ano, a equipe feminina do Farrapos disputou as etapas do CGR 7’s e ficou muito próxima de garantir a segunda melhor campanha geral. Até a última rodada, as atletas de Bento Gonçalves mantiveram esta possibilidade, mas ficaram com a terceira colocação.

O desempenho final, porém, foi bem avaliado pela manager do Farrapos, Isamara Buhl. “A gente poderia ter ido melhor, mas as gurias que permaneceram no clube foram guerreiras. Mesmo sendo poucas elas vieram nos treinos e por isso conseguimos participar de todas etapas”, acredita.

Este foi o segundo ano consecutivo em que o Farrapos participou de competições com as suas jogadoras. Em 2017, a equipe ficou na quarta colocação. E foi justamente este fator, após a ativação do time, que resultou na melhoria do processo em 2018. “O resultado que obtivemos e o trabalho que desenvolvemos em diversas esferas junto ao clube no ano passado, fez com que o clube nos abrasasse. Nós tivemos um grande avanço de um ano para o outro”, avalia Isamara, que ainda destacou a manutenção de Diego Bigode (atleta do masculino) como técnico.

Além de ajuda financeira mais atrativa direcionada pela diretoria do clube, o grupo feminino passou a contar ainda mais com a estrutura presente no Estádio da Montanha. “Nossas atletas puderam utilizar os equipamentos da Academia de Desenvolvimento que há aqui. Então temos espaço para seguirmos crescendo”, destaca a manager. Apesar do crescimento, o time ainda busca atletas para compor o elenco para a temporada de 2019.


Fotos: Lucas Delgado