Desde que foi aberta turma na Escola Municipal de Educação Especial Caminhos do Aprender, em 2015, crianças não se deslocavam mais a Caxias

Na manhã de quarta-feira, 12, familiares de crianças deficientes auditivas protestaram em frente a sede da Secretaria Municipal de Educação (SMED). O motivo é o pedido da volta do transporte dos alunos até o município vizinho, Caxias do Sul, para que eles possam iniciar o ano letivo na Escola Estadual Especial de Ensino Médio.

Uma das mães, Eliege Fronchetti Damassini, revela que três alunos matriculados na Escola Helen Keller não estão estudando na instituição de ensino. “Eles ficaram sem frequentar o período letivo no ano passado, pois não tinham transporte para levá-los”, afirma.

Agora, o apelo dos pais, novamente, é de que o poder público de Bento possa disponibilizar transporte para as crianças até a Escola que é referência regional em educação para surdos. “Estamos aguardando a situação ser solucionada, pois na próxima semana as aulas iniciam”, pondera.

O intuito de levar as crianças até a cidade vizinha, conforme relato dos pais, é que, apesar de existir a Escola Municipal Especial Caminhos do Aprender, os profissionais não estão qualificados para prestar o atendimento necessário às pessoas com este tipo de deficiência. “Se não quiserem nos levar até Caxias, que pelo menos encontrem profissionais adequados, que compreendam o ensino de libras, para os nossos filhos”, explica Eliege.

A secretária Municipal de Educação, Iraci Luchese Vasques, recebeu os manifestantes e explicou a situação. “Atualmente temos 12 alunos surdos na rede municipal, sendo oito em escolas regulares e quato na Caminhos. Somente três querem ir a Caxias. Não temos como fechar a turma existente aqui, que foi aberta por determinação do Ministério Público, nem arcar com dois custos, uma vez que nossos professores e monitores são qualificados para atender estes alunos. Estamos aguardando parecer jurídico”, pontua Iraci, que complementa: “Em 2015 exigiram a abertura de uma turma aqui. Agora decidiram retornar a Caxias. Não podemos prejudicar a maioria em favorecimento à minoria”, finaliza.