A terça-feira, 13, foi de muitas homenagens para Jonas Henrique Pessalli, 26, que faleceu em um acidente automobilístico em Curitiba, capital do Paraná. Amigos e familiares compareceram ao velório do ex-jogador do Grêmio na Capela São José. De acordo com a família, o sepultamento acontecerá às 9 horas de hoje, quarta-feira, 14, no Cemitério Municipal de Bento Gonçalves.
Pessalli – como era conhecido por amigos e por todos que acompanharam a sua carreira desde os seus primeiros passos no futebol – foi formado no Esportivo de Bento Gonçalves. Depois, passou pelas categorias de base do Grêmio, em Porto Alegre. Foi lá que o jogador chamou a atenção da mídia e de outros clubes. Ele acabou não se firmando na difícil transição para o grupo profissional tricolor e foi emprestado para outros clubes.
A distância não mudou nada
O jogador que havia retornado para o Brasil em 2017 e estava no Paraná Clube até há poucos dias, atuou por quatro temporadas no futebol francês.
Foram três anos atuando pelo Angers e outro pelo Luçon, ambos da França. Apesar do oceano que separava Jonas Pessalli dos amigos e familiares do Brasil, o contato jamais foi perdido, de acordo com o amigo de infância e também padrinho de um de seus filhos, Gustavo Souza. “Sempre foi um cara muito simples, humilde e guerreiro. Foi morar longe mas nunca esqueceu dos amigos”, afirmou. Ele lembrou que Pessalli tinha o desejo de sempre querer agradar a todos.
Amigo de infância de Pessalli, Souza ainda conta que o jovem jogador não tinha uma inimizade sequer, e que a melhor palavra para definir o amigo é cumplicidade. “Sempre conversamos sem nunca nos julgarmos, ajudando outro. Sempre nos confidenciamos coisas e que vou guardar para sempre”, relembra.
A gratidão e admiração por Pessalli é compartilhada por outros amigos que também puderam aproveitar a sua amizade durante a infância e início da vida adulta. Nem a distância geográfica e tão pouco uma realidade absolutamente diferente que a vida de um jogador de futebol proporciona fez as relações pessoais mudarem.
Cristiano Nery, colega de Jonas no Escola Municipal Alfredo Aveline, em Bento Gonçalves, afirma que ele era uma pessoa muito especial. “Eu acredito que não deve haver uma pessoa que não gostasse dele”, afirma. Nery também pensa que a volta de Pessalli ao Brasil seria muito boa para o jogador, que queria ficar mais próximo à família.
De acordo com outro parceiro desde os seis anos de idade, Jonas de Almeida, Pessalli via a volta para o Brasil como uma nova chance de ser nacionalmente reconhecido no futebol. “Ele ainda me disse que estava vindo para cá justamente cá para se reencontrar e ser conhecido pelo país”, confidenciou. De Almeida também lembrou dos tempos de categorias de base, quando Pessalli sempre se solidarizava com os problemas dos amigos. “Eu lembro quando jogávamos pelo interior e ele me falava que se eu tivesse algum problema era para eu falar que ele daria um jeito de me ajudar”, disse.
A família
Irmão, filho, esposo, amigo e, acima de tudo, um pai. Se depender dos amigos, Ana Carolina, Paulo José e Emanuel (filhos), sempre saberão o quão cuidadoso e amável era seu pai. Para Gustavo Souza, Pessalli “era um paizão”; Cristiano Nery acredita que “ele amava muito aqueles meninos, e que eram tudo para ele”. Jonas Henrique Pessalli será sempre lembrado como uma grande pessoa.
Os grandes feitos dentro de campo, na verdade, pouco importam. O maior legado dele está escrito nos dicionários. Simbolicamente, Pessali passa a ser, pelo menos para os mais próximos, um sinônimo de palavras como “companheiro” e “pai”.