Nesses trinta e oito anos em que ocupo espaço no Jornal Semanário, escrevendo artigos, colunas e até reportagens, tenho sido insistente com coisas relacionadas ao trânsito, às rodovias e tudo o que gira em torno desses assuntos. Já fazia algum tempo em que não me referia às rodovias, principalmente em nossa região.

Não porque estivessem maravilhosas, mas porque parecia que elas estavam merecendo algum tratamento no tocante a manutenção. A ex-ERS-470 (a São Vendelino) passou a ser BR-470 depois de federalizada, ou seja, entregue pelo Estado aos cuidados do governo federal, mais especificamente ao DNIT. Inicialmente entendi que não seria uma boa medida.

Pensei que se não havia manutenção devida pelo DAER, que está aqui bem próximo, Brasília não daria a mínima importância aos nossos clamores. Errei! A BR-470 está sendo recuperada totalmente, não só com a tradicional “operação tapa-buracos”. Todavia, como sempre, ainda faltam algumas coisas.

A sinalização, por exemplo é precaríssima. Havia uma “lombada eletrônica” próxima à Pipa Pórtico, que de alguma forma conseguia manter o local com menor perigo, já que a visibilidade daqueles quer saem da cidade para acessar a rodovia é altamente comprometida. Tiraram a tal de “lombada eletrônica”.

Ocorreu o óbvio-ululante (gosto dessa expressão por ser, por si, contundente, certo?): o perigo ficou muito presente ali. As perguntas são: Por que não recolocaram a lombada eletrônica? Por que não refizeram a rótula de formas a permitir maior visibilidade, antes de retirarem a lombada? Por que tudo continua exatamente igual, mesmo com a constatação de que “assim não pode ficar porque coloca em risco a vida de muita gente, além do patrimônio pessoal? ”

E cabe mais uma pergunta: Quem está tomando providências para que o DNIT faça algo ali? E mais uma: Não seriam nossas “forças políticas” que deveriam tomar atitudes? E ainda: Colocar em risco vidas pode ser explicado pela “FALTA DE DINHEIRO”? Ou seria caso típico de “falta de respeito” com aqueles que pagam fortunas de impostos para poderem transitar pelas rodovias? Sim, eu sei que será preciso morrer alguém do “andar de cima” para que atitudes sejam tomadas, como sempre. E o que dizer da RS-431?

O trecho de pouco mais de 600 metros, na Linha Colussi, traduz muito bem o respeito que o DAER e o governo Sartori dedicam aos que pagam muitos – e bota muitos nisso – impostos estaduais por usarem rodovias. O trecho está indescritível. Somente os que têm o infortúnio de necessitarem transitar pela RS-431 sabem.

O que estão esperando para fazerem alguma coisa para, pelo menos minimizar aquele escândalo, aquela prova cabal de falta de respeito? Que milhares de veículos sejam danificados? Que morra alguém ali? A rótula da saída sul de Bento Gonçalves e a RS-431 traduzem bem o que pensam de nós, pagadores de impostos, os responsáveis por esses descalabros. A pergunta final é, portanto esta: Falta dinheiro ou respeito?