Segundo Secretaria Municipal de Saúde, na rede pública apenas nove remédios estão em falta

Uma consequência da pandemia da covid-19 e/ou da guerra entre a Rússia e Ucrânia são os motivos apontados pelo desabastecimento de medicamentos em instituições públicas e privadas que algumas cidades do país estão enfrentando. Em Bento Gonçalves, os efeitos já começam a ser sentidos.

A coordenadora corporativa de farmácia hospitalar do Hospital Tacchini, Diana Bruscato, ressalta que a casa de saúde já enfrenta problemas em seu estoque. “Verificamos a necessidade de ajustes de condutas para racionalização do consumo de alguns medicamentos, uma vez que houve aumento significativo no custo de aquisição de algumas drogas”, ressalta.

De acordo com ela, entre os remédios que a instituição está tendo dificuldade na aquisição estão antibióticos, reversores de anestesia geral, analgésicos, soluções para irrigação, entre outros. “Já entre os medicamentos que estão com baixo estoque, podemos citar atropina, amicacina, gentamicina, leite FM, neostigmine, dipirona, tramadol, cetorolaco, escopolamina, sorbitol e ocitocina”, relata.

Apesar da falta de alguns itens, a coordenadora salienta que as consequências estão sendo administradas. “Mesmo assim, até o momento, conseguimos garantir a viabilidade dos serviços”, afirma.

Dentre as ações tomadas para contornar a situação estão a racionalização do consumo e campanhas perenes de conscientização junto aos profissionais de saúde. “Seguimos buscando, de forma constante, alternativas terapêuticas capazes de garantir a reposição dos estoques e a manutenção de todos os serviços de forma integral”, salienta.

Sobre o motivo, Diana aponta que os laboratórios não informam a razão pela qual não tem estoque. “Sobre a falta dos medicamentos, não é normal, mas as justificativas giram sempre em torno da falta de insumos para sua fabricação”, finaliza.

Rede pública

Segundo a coordenadora de assistência farmacêutica da Secretaria Municipal de Saúde, Cristina Pasqualotto, as farmácias da rede pública disponibilizam 144 medicamentos de forma gratuita para a população. Destes, apenas nove estão em falta.

Conforme Cristina, os medicamentos que se encontram sem estoque não são itens de muita procura. “Somente os xaropes, mas esses estamos aguardando a homologação, pois a compra foi realizada com o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento Sustentável da Serra Gaúcha (CISGA)”, aponta.

Com relação a dificuldades na solicitação de remédios e/ou insumos ao Ministério da Saúde, a coordenadora afirma que encontra problemas somente com “Oseltamivir”, comercializado sob a marca Tamiflu, que é um medicamento antiviral usado na prevenção e tratamento de gripe por Influenzavirus A e B. Segundo Cristina, a falta já está sendo solucionada.