Mais um ano começando com os moradores dos bairros mais afastados de Bento Gonçalves reclamando das condições das ruas. O telefone da redação do Semanário não parou nos últimos dias, recebendo reclamações de pessoas indignadas, cobrando providências do poder público. A comunidade, simplesmente não aguenta mais esperar por melhorias que nunca chegam. A falta de recursos, há muito tempo já não é aceita como desculpa.
Pois nesta semana, o secretário de Obras anuncia a alarmante situação em que se encontram as vias urbanas da cidade. Não são uma, duas ou 10 ruas, mas sim 400 pontos da Capital do Vinho esperando por reparos e consertos. Para quem administra um município, este número beira às raias do desespero. Afinal, as reclamações não param de chegar e o poder público mostra-se amarrado para achar uma solução plausível e aceitável por parte da população. E a comunidade até tem sido paciente com a prefeitura. Pois, na maioria das vezes, os moradores esperam de três meses a 100 dias para externar suas reclamações e mostrar toda a sua indignação.
O ano que passou foi apenas de medidas paliativas e reparos mal feitos. As redes sociais tornaram-se uma dor de cabeça para a prefeitura, porém tem dado um retorno considerável para a comunidade. Quem posta o problema de sua rua no facebook, por exemplo, parece que tem o direito a atendimento prioritário. E se todos resolverem postar as precariedades de seus bairros na rede social?
A situação é delicada e o prefeito Guilherme Pasin vai precisar de muita habilidade para contornar um problema tão grande. Isso porque, devido à crise financeira, ou não, as obras de prevenção e os reparos chegaram à beira da estagnação em seu primeiro ano de administração do município. Tal situação fez com que os problemas fossem se acumulando e não resolvidos. Um choque de gestão será necessário para reverter tamanha inconformidade dos bento-gonçalvenses. Ou Bento Gonçalves se transforma em um canteiro de obras, ou a atual administração corre o risco de cair em um descrédito irreversível.
Como não foi feita nenhuma obra de prevenção na cidade e nem a manutenção dos pequenos problemas que iam aparecendo, as ruas da cidade tornaram-se verdadeiras armadilhas para motoristas e pedestres. Não há um bairro da Capital do Vinho que não se encontre ruas esburacadas, com pedras soltas ou colocadas de forma irregular.
Obras públicas são uma dor de cabeça para qualquer governante, em qualquer município. Porém, em Bento, a luz no fim do tunel ainda não apareceu. O poder público ainda não apresentou um projeto ou iniciativa para que as impressões sobre ele mudassem. Será o reflexo da falta de dinheiro? Serão problemas administrativos? Existe um plano de ação para ser colocado em prática? Há muito a ser feito em pouco tempo. Mas, e aí? Quando vamos começar…