Um chamado para uma reunião na tarde de sexta-feira, 31 de agosto, na prefeitura, e um convite inesperado, feito pelo prefeito em exercício José Aido Bertuol. Assim, de forma surpreendente para ele mesmo, Fabiano Mazzotti passau a integrar o grupo de escritores homenageados para a 33ª edição da Feira do Livro de Bento Gonçalves, que acontece a partir do mês de outubro na Via Del Vino.

Para Mazzotti, que além de escritor é jornalista e fotógrafo, o convite inspira e serve como combustível para a sequência do trabalho na área literária. “Jamais passou pela minha cabeça ser o escritor homenageado em uma Feira do Livro. É uma alegria muito grande e serve como energia para seguir organizando os livros que eu faço”, revela.

A definição de como será sua atuação na Feira do Livro, será feita nos próximos dias, de acordo com Mazzotti. “Ainda não temos nada definido de como será a atuação. Isso deve acontecer nos próximos dias. Estou ansioso, porque sempre fui um expectador de Feira do Livro, e agora vou ser participante. Quero contribuir da melhor forma possível”, confessa.

Em seu currículo literário restam obras importantes, sempre tendo como cenário principal a cidade, seja por meio da escrita ou na fotografia, a qual tem grande apreço. A primeira delas, “Bento Gonçalves em foto e poesia” foi lançada em 2010, marcada pelos 120 anos do município, mas que teve concepção alguns anos antes. “Era fotógrafo da assessoria de comunicação da prefeitura e sempre acabava registrando muitas visitas feitas ao Poder Público Municipal e o pessoal sempre dava um presente. Considerava que esses presentes não conseguiam transmitir a grandeza de Bento Gonçalves. Então, vi a possibilidade de fazer um livro em homenagem aos dos 120 anos de Bento, em 2010, com 120 fotografias. As poesias foram escritas pelo Pedro Junior da Fontoura. O livro saiu em português, inglês, espanhol e italiano. Foi um sucesso, tanto que está esgotado”, valoriza.

A partir disso, a organização de livros por parte de Mazzotti se intensificou. Em parceria com o Padre Izidoro Bigolin, lançou o livro “Amém, Bento Gonçalves – Igrejas e Capelas Desta Terra”, um registro que contempla, em fotografia, a beleza dos templos religiosos do município. Logo após, em 2013, um chamado para integrar um projeto de fotografia na Amazônia deu origem ao livro “Amazônia – Terras d’água”, com poemas de Marli Tasca Marangoni.

De volta para Bento Gonçalves, Mazzotti foi convidado para escrever junto com Gilberto Mejolaro, “Aristides Bertuol – O piloto da Carretera nº 4”, que conta a história de Aristides Bertuol, político e piloto de automóveis e pela sua representatividade tornou-se sinônimo da mais alta condecoração outorgada em Bento Gonçalves.

O trabalho de Mazzotti segue intenso e dois novos projetos serão lançados em breve. “Estou fazendo ‘O livro do Capitel’, em parceria com cinco mulheres entre 72 e 92 anos, que em 1981 organizaram uma pesquisa enquanto alunas de um curso de pós-graduação em Porto Alegre e achei justo para fazer parte deste trabalho. O outro é dos 100 anos do Esportivo, o qual convidei o Alceu Salvi Souto, que já tinha escrito um livro em 1996, para fazer essa parceria”, destaca.

Questionado sobre suas referências para a literatura, o escritor homenageado deixou claro suas preferências e incluiu uma dica para todos os bento-gonçalvenses “Prefiro biografias, não sou um leitor de autores tradicionais, gosto muito de livros de história de outros municípios, estados, de fotografia em geral. E sempre que perguntado sobre indicações, eu indico todos os livros que são da história da nossa Bento Gonçalves. Aqui tem muita informação retratada nos livros dos mais diversos autores, e que acaba não sendo consumidas. Vale muito a pena o público em geral procurar essas referências”, sugere.

O envolvimento de Mazzotti com a parte cultural de Bento Gonçalves vai além da fotografia ou escrita. “Me envolvi no processo de recuperação do prédio que abriga o museu, tenho muito em mim dessa questão de valorização da cultura e do que é local. Sou nascido aqui em Bento Gonçalves, e é uma grande responsabilidade perpetuar uma memória, seja ela escrita, fotográfica ou através de produções culturais, porque isso servirá de base para as próximas gerações”, frisa.

Com relação a Feira do Livro, a organização prevê para as próximas semanas a divulgação, de forma oficial, do nome do patrono para a edição 2018 e a programação completa do evento municipal.