Durante a manhã de terça-feira, 4 de julho, no Ministério Público, o Conselho Tutelar expôs os números da evasão escolar em comparativo com o primeiro semestre de 2016 e 2017. Os dados mostram que as Fichas de Comunicação do Aluno Infrequente (FICAIs) nas escolas de Bento Gonçalves estão altas e que drogas e violência no entorno das escolas são os principais motivos pela falta de crianças e jovens nos educandários.

Durante a reunião, em que estiveram presentes representantes da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Secretaria Municipal de Educação, Secretaria de Habitação e Assistência Social (SEMHAS) e o promotor da Infância e da Juventude, Élcio Meneses, alguma questões foram debatidas para que todas as instituições entendam onde está a falha e de que maneira é possível fechar o cerco e fazer com que as crianças bento-gonçalvenses frequentem corretamente a escola.

Quando o assunto é infrequência por conta de trabalho, o promotor enfatiza que o Ministério Público notificará as empresas e comércios do município para que comecem a exigir do jovem o atestado de matrícula e assiduidade escolar trimestralmente. “Vou encaminhar um ofício e isso precisará ser cumprido corretamente, pois temos um aumento significativo de 15 casos de um ano para outro”, ressalta Meneses.

Além disso, quando o assunto envolve os pequenos e o consumo de drogas, ambas instituições enfatizam a preocupação com o assunto, principalmente porque as crianças tem utilizado de ilícitos cada vez mais cedo. “Sempre trazemos à tona um caso em que um menino de nove anos usa drogas pesadas como crack e a escola já não consegue mais contê-lo e a mãe acaba negligenciando o caso”, comenta o conselheiro Leonides Lavinicki.

A violência no entorno da escola também preocupa principalmente em bairros mais afastados e que há registros de assaltos e arrombamentos. “Temos conhecimento da insegurança das crianças e de suas famílias, tanto que o número aumentou de dois para oito alunos evadidos. Talvez a solução seja que, tanto o município, quanto o Estado, atentem para estas questões, principalmente por estarmos perdendo crianças para esta área”, completa Lavinicki.