O número de alunos que evadiram da escola em 2016 foi maior do que o registrado pelo Conselho Tutelar em 2015. Segundo informações do órgão deliberativo, há dois anos foram aproximadamente 700 evasões. Já em 2016, 741 crianças e adolescentes deixaram de frequentar a escola e, no primeiro trimestre deste ano, foram contabilizados 131 casos do gênero.

Os dados foram divulgados pelo Conselho Tutelar durante reunião ocorrida na manhã de terça-feira, 11, no auditório do Ministério Público (MP). O objetivo do encontro, que ocorre mensalmente, é debater justamente a evasão escolar com a Central de Práticas Restaurativas e órgãos competentes, como Secretaria Municipal de Educação, 16ª Coordenadoria Regional de Educação (16ª CRE) e MP.

Na opinião do promotor da Vara da Infância e Juventude, Élcio Resmini Meneses, a forma de reduzir a incidência de casos envolve desmistificar a imagem do professor de costas para o aluno e fazer com que os estudantes se sintam acolhidos no ambiente escolar. “Para isso é necessário diálogo com a comunidade”, salienta. Segundo Meneses, as estatísticas, apesar de auxiliarem na interpretação do problema, não contribuem para uma análise mais aprofundada da questão.

 

Séries mais afetadas

Enquanto nos três primeiros meses de 2016 foram contabilizados 135 casos de evasão escolar, neste ano o número diminuiu para 131. Se a soma contemplar os casos não resolvidos do ano anterior, são 150 registros em aberto de alunos evadidos.
Dados do Conselho Tutelar sobre o primeiro trimeste de 2016 demonstram que o 6º e 8º ano do Ensino Fundamental são as séries onde mais ocorre o abandono, com 18 e 17 registros, respectivamente. Após vem a 7ª série, com 14 registros e a 2º série, com 9 registros. Já no Ensino Médio, a maior incidência de evasão se encontra na 1ª série, com 17 registros.

Na opinião da secretária de Educação, Iraci Luchese Vasques, o dado concreto do primeiro trimestre só deve ser contabilizado em maio, quando deve ser divulgado o Censo Escolar 2017. Ela explica que muitos estudantes trocam de instituição de ensino e não avisam, o que faz com que sejam registrados como Ficha de aluno infrequente (Ficai). “Com o Censo vamos saber onde os alunos estão”, comenta. Nos dados do Conselho, foram registrados 15 casos do gênero.

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