Já está avançando para votação uma nova paulada no lombo dos proprietários de veículos. Estamos pagando o combustível mais caro do Brasil, mercê do abusivo ICMS que passou a ser cobrado pelo governo Sartori. Além de aumentar o percentual de 25% (um absurdo que, na verdade, resultam em 33,33%) para 30% (uma indecência que, na verdade, toma do bolso de todos nós inacreditáveis 42,85%), o Sartori aumentou a “pauta” sobre a qual incide o imposto estadual ICMS. Sim, poucos sabem que o ICMS incide sobre ele mesmo – por isso resulta em 42,85% – e raríssimos sabem que o governo cobra o ICMS sobre o preço que ele mesmo atribui aos combustíveis. Agora o imposto incide sobre o valor de R$ 3,92 por litro de gasolina, não importando se o posto vende por R$ 3,66 (que é o valor que paguei em Portão). É inacreditável que uma excrescência dessas possa ser legal e constitucional. Os percentuais abusivos passaram a incidir também sobre energia elétrica (que já teve aumento de mais de 50%, acarretando substancial arrecadação de ICMS para os cofres do Estado do Rio Grande do Sul) e comunicações. E tudo isso além de aumentar em 2% o ICMS sobre assinatura de TV a cabo e 1% a varrer sobre os demais produtos que o povo gaúcho compra. Mesmo assim, está faltando dinheiro, há 14 meses, para pagar o salário dos funcionários. E a nova paulada que está sendo gestada na Assembléia Legislativa, cuja maioria apoia o governo Sartori, virá da entrega das rodovias para a iniciativa privada, a exemplo do que fez o “grande” ex-governador antonio brito (minúsculas, por favor) com seus “polos de pedágios”, sitiando as principais cidades do Estado, com as concessionárias “amigas” não precisando fazer nenhum melhoramento. Agora existe a Empresa Gaúcha de Rodovias que tem sob sua responsabilidade algumas rodovias pedagiadas. Só que, “estranhamente”, o valor arrecadado nos pedágios (como o de Portão e de Gramado, por exemplo) não é utilizado totalmente para a manutenção e duplicação de rodovias, além da administração. A receita vai para os cofres do governo do Estado. Que bom, né? E pensar que houve uma época que sequer se imaginavam pedágios e os governos construíam rodovias e mantinham as existentes, além de recebermos gratuitamente as placas dos veículos, cujo valor estava incluso no IPVA. Considerando-se o péssimo estado da maioria das rodovias estaduais, o que se pode esperar de um novo pedagiamento é que uma paulada tarifária seja aplicada. Dizem que as novas concessões terão previsão de duplicação e manutenção das rodovias. Resta esperar que o “efeito brito” não volte a nos atormentar, concedendo as rodovias “filé” e deixando as “carnes de pescoço” para nós pagarmos tudo, como já foi. Pior de tudo é que há setores da imprensa (alinhada, claro) que “prefere” pagar pedágio (pouco importa o preço e como será) do que trafegar nessas coisas que temos aí. Em nenhum momento exigem o retorno de tudo o que se paga de impostos por ter um veículo. Eu queria entender isso.