Existe, sim, explicação científica por trás da vontade incontrolável de comer um doce após um dia daqueles. Uma pesquisa descobriu o mecanismo no organismo que em situação de estresse torna os alimentos gordurosos ainda mais irresistíveis e, de quebra, faz com que a vontade de encher o prato fique muito maior. A análise feita em laboratório mostrou que a tensão ativa uma área cerebral que produz a proteína UCN3. O perigo oferecido à boa forma física é duplo: ela age no fígado, pâncreas, coração e cérebro e desperta a vontade de comer. Ao mesmo tempo, a proteína também diminui a sensação de saciedade. O resultado é mais fome e menos sensação de barriga cheia. A pesquisa sugere que a bronca do chefe, o fora do namorado ou o trânsito interminável podem, portanto, deixar os chocolates, biscoitos gordurosos ou o fast food ainda mais apetitosos.

A importância de vencer o estresse e o mau humor está nos prejuízos acarretados com eles. Em geral, os obesos que chegam aos consultórios também carregam um histórico de rotinas muito tensas. Tratar a obesidade exige, ao mesmo tempo, tratar a vida pessoal. O estresse é um fator ambiental que está presente desde a infância. Ele promove alterações no organismo que são cada vez mais estudadas. O que já é comprovado é que em situações estressantes há aumento de produção de hormônios, como cortisona, adrenalina e impacto em neurotransmissores, que servem de gatilho para obesidade, hipertensão, diabetes e colesterol, principalmente para os que já tiverem influência genética. Não é à toa que o aumento de e dos casos de diabetes, acompanham também a escalada do estresse.

Existe uma explicação desde os tempos da caverna para a relação entre estresse e ganho de peso. O estresse é a percepção de ameaça. Desde os tempos pré-históricos, a resposta do organismo do homem em situações ameaçadoras é armazenar energia para sobreviver. É instintivo, portanto, preservar gordura para enfrentar o estresse. Nutricionistas acrescentam ainda que até a forma como o bebê foi amamentado pode explicar porque a pessoa encara a comida como um porto seguro. Se quando bebê, toda vez que ele chorava, a mãe oferecia o peito como um consolo, essa criança cresce com a sensação de que a alimentação é a solução para os períodos de estresse.

Segundo os médicos, saber as explicações para a influência do estresse no ganho de peso não autoriza as pessoas a comerem de forma desenfreada em situações tensas. Para os especialistas, o importante é considerar que o estresse é fator de risco para a saúde tão importante quanto o cigarro e o álcool. As pessoas precisam dar a devida atenção ao estresse. Quando recomenda-se caminhada de 30 minutos por dia para proteger contra doenças crônicas, também é orientado reduzir a jornada de trabalho.

Fonte: saude.abril.com.br