Mesmo com a chuva da noite de quinta, 9 de janeiro, população precisa estar consciente e economizar água
A estiagem que afeta todo o estado atingiu em cheio a Serra Gaúcha. “A situação é alarmante”, diz o gerente da Companhia Rio-Grandense de Saneamento, unidade Bento Gonçalves, Marciano Dal Pizzol.
Conforme ele, a Companhia tem operado no limite para garantir o abastecimento aos munícipes com a atual estrutura. “Não temos racionado água até então, contudo, devido ao consumo elevadíssimo atrelado ao forte calor, nossos reservatórios estão com níveis baixos, o que faz com que regiões mais altas acabem sofrendo com o desabastecimento”, enfatiza.
Dal Pizzol diz ainda que a falta d‘água é pontual em casos de rompimento de redes, os quais estão sendo atendidos com a maior agilidade possível, dentro das possibilidades da Unidade.
Ainda de acordo com o Gerente, com o objetivo de amenizar e melhorar a situação atual, a Corsan está implantando um bombeamento extra na captação, com capacidade para até 50 litros por segundo a mais do que a atual que fica em torno de 430 litros por segundo. “Além disso, estão previstas obras do desassoreamento do Arroio Barracão nos próximos dias, o que acarretará em maior volume de água e melhor qualidade”, informa o Gerente, que complementa: “Também está em processo de licitação a ampliação da reservação do “sistema 3S”, onde a atual passará de 500 m³ para 2.500 m³, o que deverá melhorar o abastecimento na região sul da cidade”.
Ele frisa ainda que há previsão para início das obras da “nova captação” de Bento Gonçalves para o ano de 2021, oriunda do Rio Burati. “Essa obra, quando finalizada, deverá garantir o abastecimento da cidade por pelo menos mais 50 anos, em estimativa”, assegura.
Dicas para a população
“A comunidade deve ter consciência de que estamos passando por um momento atípico”, alerta Dal Pizzol. “Por este motivo, poupar água é sempre interessante, seja qual for a situação”, lembra ele.
Em tempos de escassez, o Gerente julga importante utilizar água somente para fins altamente necessários. “Questões como lavagem de calçadas, carros e imóveis, devem ser evitados”, propõe.
Outro ponto destacado pelo gestor diz respeito ao reservatórios domiciliares. “ É importante e necessário que as casas que ainda não tenham reservação própria, que adquiram, na medida do possível esta utilidade”, finaliza.
Pouca chuva
As chuvas da noite de quinta-feira, 9 de janeiro, deram um certo alento no que diz respeito ao abastecimento, mas não foram suficientes para passar tranquilidade.
Conforme o pesquisador Henrique Pessoa dos Santos, da Embrapa Uva e Vinho, as precipitações da quinta-feira, 9 de janeiro, atingiram 13.8mm. O acumulado de janeiro, até o momento, é de pouco mais de 20mm, ao passo que o necessário para o mês são 140mm. Em dezembro choveu 37mm, de uma média anual de 144mm. Além disso, a baixa umidade relativa do ar, atrelada às altas temperaturas e à pouca chuva impactam muito, tanto nas lavouras quanto no abastecimento.