Os sucessivos atrasos nos repasses também afetam as atividades da saúde municipal. A situação que se arrasta desde 2013, já acumula uma dívida de mais de R$ 4,6 milhões com os cofres da prefeitura de Bento Gonçalves. Mesmo com o anúncio de repasses à hospitais e santas casas, gestores seguem preocupados em manter os serviços básicos oferecidos à população, afinal, ainda não há expectativa para que as dívidas sejam quitadas.

De acordo com o secretário-adjunto da pasta, Marlon Pompermayer, atualmente, a dívida com o município totaliza R$ 4.604.469,99. Para suprir esse déficit e garantir a continuidade do atendimento, ele garante que são investidos recursos próprios. “Mesmo ser receber os repasses estaduais, estamos ampliando a oferta de serviços à população. Isso coloca o tratamento da saúde como prioridade dentro da administração municipal”, garante.

Conforme o presidente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Salmo Dias, a soma de todas as dívidas com cidades gaúchas ultrapassa os R$ 500 milhões. No total, são cerca de R$ 12 milhões referentes a 2013 e outros R$ 194 milhões restantes de 2014. A soma do período é resultante do orçamento do governador Tarso Genro. Os anos de 2015, 2016 e 2017, no governo de José Sartori, já totalizam R$ 300 milhões. Segundo Dias, os municípios, constitucionalmente, deveriam arcar com pelo menos 15% das despesas gerais com saúde, valor que, segundo ele, pode chegar a 40%. “Se a União falha e o Estado falha, o município faz sua parte e mais”, emenda.