Sim, e proporções imensas cujos resultados deverão ser sentidos rapidamente. Falo sobre as mobilizações das populações de cidades buscando reduzir o número de vereadores e seus salários, bem como os gastos – aqueles são obviamente inúteis e sem retorno algum para quem os paga, o povo – em seus municípios. Já vimos mobilizações neste sentido em várias cidades do Paraná. Agora acontece no Rio Grande do Sul. Cruz Alta, Catuípe e nesta sexta-feira, Guaporé. Nestas cidades a população está colhendo assinaturas para o Projeto de Lei de Origem Popular – previsto na Constituição da República – cujo objetivo é exatamente este: reduzir salários e número de vereadores, além de despesas desnecessárias. O movimento toma proporções.

Como é
A população está se interessando muito mais para saber onde está sendo gasto o dinheiro do fantástico, colossal volume de impostos municipais, estaduais e federais que está pagando. As redes sociais estão escancarando esses gastos e alguns setores da imprensa também. Os salários transcendem, invariavelmente, qualquer limite de bom senso, de tolerância. Os gastos com assessores e funcionários, cujos salários, também beiram o deboche, sequer são imaginados pela maioria do povo. Há quem compare, inclusive, o salário de um vereador de Bento, R$ 9.288,61 para uma sessão por semana, com o de um soldado da Brigada Militar – que coloca sua vida em risco pelo povo – que é algo em torno de um quinto disso.

Como é II
E há quem compare, também, com o salário de um professor de 40 horas semanais, trabalhadas em sala de aula. Por outro lado, basta acessar os gastos da Câmara para se constatar que o salário de assessor de vereador chega a até R$ 4.526,88. Os dezessete vereadores possuem 59 assessores. E a Câmara dispõe do departamento jurídico com 3 advogados (salário de R$ 13.120,35), um economista (?) com salário de R$ 10.363,10, enfim, basta acessar o site da Câmara e conferir. Certamente é muito difícil sustentar com argumentação convincente a necessidade de manter toda essa estrutura. Quem já viu Bento Gonçalves (com Monte Belo, Santa Tereza e Pinto Bandeira como distritos) tendo 21 vereadores não remunerados e com menos de 5 funcionários na Câmara, entende menos ainda.

Haverá mobilização popular?
Esta semana alguns amigos que viram as mobilizações populares em outros municípios me disseram que duvidam, aliás, não só duvidavam como apostam que aqui, em Bento Gonçalves, não temos os nove vereadores necessários para aprovar um Projeto de Lei de Origem Popular que tenha por objetivo reduzir o número de vereadores e os seus salários para a próxima legislatura. Pois eu penso diferente. Creio, piamente, que se houver uma coleta de assinaturas no número suficiente para entrar com esse projeto, os vereadores não terão outra alternativa senão atender a vontade da população. No meu entender, portanto, o que está faltando é essa mobilização. Em outros municípios empresários encabeçaram o movimento. Haverá essa mobilização aqui? Ano que vem, veremos! Ou, quem sabe, a iniciativa parta dos vereadores mesmo?

Olho vivo!
Não é raro constatar-se diferenças entre as gôndolas de supermercados e os caixas. A maioria das pessoas olha o preço na gôndola, pega os produtos e vai pagar. A partir daí raras conferem o que está sendo passado no leitor eletrônico e raros conferem as compras em casa. As diferenças são notadas por pessoas mais atentas, que prezam seu dinheirinho. No momento em que se verifica a discrepância, prevalece o menor valor. Por isso, seria muito bom se todos fizessem a sua parte, conferindo, porque assim as “diferenças” terminarão. Olho vivo, portanto!