A presidente do Cpers Sindicato, Helenir Aguiar Schürer, esteve em Bento Gonçalves para um evento, na quarta-feira, 22. Na explanação para educadores, Helenir ressaltou a manutenção da luta por uma educação pública de qualidade e pela valorização da categoria. Além disso, ao lado da Caravana do Cpers, aproveitou para visitar escolas e conversar com os professores.

Com relação a valorização salarial, a presidente do Cpers vê com preocupação se atual cenário de atraso salarial e desvalorização se mantiver nos próximos anos. “É importante que a gente reafirme para a sociedade que um professor em início de carreira recebe R$630 por 20 horas, menos que um salário mínimo. Um professor com dedicação de 40h, R$1.160,00. Estamos há 32 meses com salários atrasados, escolas e sala de aula, diminuição de oferta de vagas.  Não é por nada que muitas pessoas não querem mais fazer faculdades na área da educação. Essa desvalorização pode afetar a educação. Não queremos ser uma categoria em extinção. Se não debatermos isso agora, em pouco tempo estaremos com ainda mais dificuldades”, diz.
Helenir ainda complementa: “Por isso, temos que nos levantar chamar pais e alunos para o debate sobre a educação e não ficar apenas para professores e funcionários de escola é pauta da sociedade gaúcha”, ressalta.
O pagamento do piso nacional esteve em pauta na  conversa. No atual período eleitoral, alguns candidatos falam que irão realizar o pagamento. Para a presidente do Cpers, é preciso mais que promessas. “Qualquer candidato ao governo tem que saber que existe uma lei nacional descumprida, que é o pagamento do piso. Hoje, esse valor seria quase o dobro que o um professor receberia em folha. Por isso, os candidatos precisam pensar  e nós, enquanto Cpers,  queremos saber é de onde irá sair essa a receita para o pagamento”, diz.
E ainda faz uma crítica. “Não é possível pagar o piso, mas dar R$9 bilhões em incentivo fiscal e não combater os R$ 7 bilhões em sonegações. Grandes empresários sonegam e outros recebem incentivos. Há vontade política para enfrentar essas pessoas?”, questiona.
A professora ainda explanou sobre a nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a reforma do ensino médio, ambas que preocupam o Cpers. “A reforma no ensino médio vem apenas para a escola pública e não para a privada. Nela, dizem que os alunos terão obrigatoriamente português, inglês e matemática e os outros cinco percursos formativos, a obrigatoriedade do estado será de ofertar um. A particular ofertará o cinco, o público não. Terá como um aluno disputar em pé de igualdade o Enem, vestibular? Estão retirando o conhecimento dos nossos alunos. Vamos seguir a luta para revogar essa lei para privatizar. Estamos caminhando para o sistema educacional do chile na era do Pinochet”, preconiza.
Aposentados da área se reuniram em Bento

Coral formado por professores aposentados abriu o encontro. (Foto: Guilherme Kalsing)

Também na quarta-feira, 22, educadores aposentados do 12º Núcleo do CPERS, se reuniram para o encontro regional. Os presentes foram recepcionados com uma apresentação do coral do núcleo formado apenas por professores.
Uma série de palestras e atividades culturais, tendo com principal o desafio de dança foi realizado entre os participantes.
Para a atual diretora do 12º núcleo, Jussara de Fátima Borges, os encontros são “Uma forma de valorizar os professores, que são sócios do CPERS, que lutaram e ainda lutam pelos nossos direitos e uma melhor educação. E proporcionar momentos únicos de convivência”, diz.