A Escola Estadual de Ensino Fundamental Nossa Senhora da Salette, localizada no bairro Barracão, foi temporariamente interditada em 8 abril, após serem identificados problemas estruturais na edificação. No entanto, no último dia 6 de maio, o educandário foi parcialmente desinterditado.

O coordenador da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Alexandre Misturini, explica que a interdição total ocorreu após, em uma primeira avaliação, ter sido emitido um parecer que apontava risco para os estudantes. “Na verdade, a diretora recebeu uma verba do Agiliza RS, que é para pequenas obras e conserto, e ela pediu para revestir as colunas que estavam descascadas. Juntamente com a arquiteta da Crop [Coordenadoria Regional de Obras Públicas] de Bento, fomos até o local e ela pediu uma opinião para um engenheiro da Crop de Caxias, porque não temos mais no município, e foi emitido um laudo de interdição. Se tem escrito ‘colapso estrutural’, mesmo sendo preliminar, eles foram lá, avaliaram e viram que podia cair. Não vou colocar crianças em risco, não dá para contar com a sorte”, elucida.

Durante a primeira semana, os alunos tiveram ensino remoto. Depois, foram encaminhados para o salão da comunidade do bairro. “O plano A era subir para o Colégio Landell de Moura. Como tenho uma boa comunicação com a Smed [Secretaria Municipal de Educação], que tem sessão de uso de duas salas, liguei e conversamos, pois a escola tinha sido interditada. Eles conseguiram o salão da comunidade e a diretora também deu esse encaminhamento. Me reuni com os pais dos alunos e eles não queriam subir no Landell, porque ficaria muito longe. Todos moram muito perto da escola. Então os estudantes ficaram na biblioteca do antigo prédio e na sala de catequese do salão. Não é nada insalubre, nada que prejudicasse a saúde deles”, explana.

Em uma segunda vistoria do engenheiro da Crop parte da estrutura foi liberada, fazendo com que os estudantes retornassem ao prédio da segunda-feira, 9. “Eles analisaram que um pedaço da laje não estaria tão comprometido e não teria risco de colapso, e desinterditaram uma parte do prédio. Essa desinterdição liberou duas ou três salas, mas praticamente todo os alunos já estão na escola. Eles continuam utilizando a cozinha, para fazer lanche, e o banheiro do salão, mas o resto estão usando, porque o espaço é grande”, ressalta Misturini.

A diretora do educandário, Flávia Cavalet, ressalta que almeja que os reparos sejam feitos o mais breve possível. “Infelizmente para qualquer coisa que se faça hoje que é público, requer muita burocracia, isso acaba impedindo que se realizem de forma mais ágil. Queremos a reforma o mais rápido para podermos utilizar de todos os espaços da escola”

No local são atendidos aproximadamente 200 alunos do primeiro ao nono ano. Da rede municipal são duas turmas, do 1º ao 5º ano, que somam cerca de 60 estudantes.

O que compreende a obra?

Conforme Misturini, a reforma consiste no reforço das colunas de sustentação da edificação. “As vigas acabaram descascando, a malha de ferro ficou exposta e oxidou, acabou que perdeu a função que ela tem. O que nos passaram é que teria que ser feito uma ‘coluna ao redor da coluna’, um engrossamento do revestimento, escoramento do prédio, perfuração de toda viga, chumbar de novo no chão e subir um reforço na coluna, para suportar o peso do prédio”, ressalta.

Quais os próximos passos?

Segundo o coordenador, a reforma deve perdurar nos próximos meses. “Eles vão confeccionar o projeto e só pode ser feito por um engenheiro da Crop, no caso de Caxias. Projeto feito, planilha orçamentária, é aberto um edital de licitação eletrônico, com o valor máximo da obra. Terá um mês para publicação do edital e acontecer o pregão eletrônico, mais um mês pra quem ganhar, se houver ganhador interessado, apresentar toda documentação da empresa e assinatura do contrato. E mais um mês para começar a execução efetivamente. Tudo isso depois do projeto pronto. Expliquei para o pessoal, é uma obra a longo prazo, é demorado. Apesar de ser emergencial, tem todo um tramite burocrático. Não digo que não vai acontecer, mas não esperem que em um mês se solucione. Esses são todos os passos de uma licitação legal”, finaliza Misturini.