Uma pesquisa realizada pelo Jornal Semanário aponta que apesar de Bento Gonçalves ser maior e ter mais agentes, o número de larvas e mosquitos coletados e enviados ao laboratório para identificação do Aedes Aegypti foi menor do que em Garibaldi. Isto porque o efetivo de agentes endêmicos não cobria a dimensão da Capital do Vinho, o que tornava necessária a utilização de outros métodos para a captura dos insetos.

Segundo a coordenadora do setor de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde, Analis Zattera, no período havia menos intensidade de fiscalização em função da demissão de nove agentes de endemia, que tiveram os contratos de trabalho não renovados. Ela cita também o fato de os agentes comunitários ainda não estarem auxiliando na atividade no período em questão. “Claro que se o número de pessoas fosse maior, o trabalho seria melhor realizado”, afirma.

Atualmente, a tarefa é executada por 11 agentes de endemia, que contam com o suporte dos agentes comunitários de saúde e, ocasionalmente, do Exército e outras entidades. “Com a chegada do inverno, nós trabalhamos nas escolas educando as crianças sobre práticas para evitar a proliferação do mosquito. Eles levam a informação até seus pais”, salienta.

A explicação da Secretaria de Saúde de Garibaldi para ter um número maior de larvas recolhidas está relacionada ao tamanho do município. Segundo informações da vigilância ambiental, em Garibaldi não é necessário utilizar armadilhas para capturar mosquitos, uma vez que o efetivo consegue cobrir todo o município. Já em Bento Gonçalves,é necessário fazer uso de tal prática.

Em outros munícipios da região, como em Carlos Barbosa e Farroupilha, foram recolhidas ainda menos amostras em 2016. Em Carlos Barbosa, a análise da presença do Aedes Aegypti foi realizada com 44 amostras, enquanto em Farroupilha, com 369. Já Caxias do Sul enviou 3853 exemplares de larvas e mosquitos para avaliação laboratorial.

 

Após encontrar larvas, Garibaldi aumenta vigilância

 

Depois de a vigilância endêmica ter descoberto larvas de Aedes Aegypti no Cemitério Público Municipal de Garibaldi na terça-feira, 28, a cidade novamente passa a ser classificada pelo Ministério da Saúde como “infestada” pela Dengue. Em função disso, o muncípio pretende aumentar o efetivo de vigilância contra o mosquito e intensificar o trabalho de procura às larvas.

 

Na opinião da secretaria de Saúde, Simone Agostini de Moraes, o foco foi encontrado porque se está realizando os processos de recolhimento e identificação de maneira adequada. “Nós encontramos porque procuramos muito. O muncípio que busca pouco ou recolhe poucas amostras não vai encontrar”, opina.

 

Ela lembra que Garibaldi ficou sem qualquer registro de foco do Aedes Aegypti por mais de um ano, o que teria retirado a cidade da condição de infestada. Porém, com as larvas identificadas nesta semana, o município volta a fazer parte da lista. “Ficamos 13 meses e meio sem ter foco e mantemos a vigilância em pontos estratégicos”, observa.

 

Intensificação do combate

Para evitar que as larvas se proliferem, deve ser realizada uma varredura no cemitério, bem como a aplicação de adulticidas e do fumacê – uma espécie de nebulização química. Além disso, a Prefeitura já realizou buscas num raio de 300 metros do local, com o objetivo de encontrar mias larvas.”A aplicação dos produtos químicos é o Governo Estadual que deve fazer”, explica a secretária.

Em função de Garibaldi ter permanecido por mais de um ano sem qualquer indício do mosquito, a equipe responsável pela coleta de amostras e conscientização da população foi reduzida pela metade. “Agora nós já esatamos chamando mais quatro agentes já treinados para intensificar a vigilância”, ressalta. Além disso, Simone pede atenção da população para não deixar água parada e depositar o lixo nos lugares adequados. “É um trabalho de formiguinha, mas se toda população se unir teremos bons resultados”, afirma.

 

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