Há dois tipos básicos de idosos, os que envelheceram bem e os que o fizeram mal.

Envelhecer mal é carregar mágoas para sempre. Envelhecer bem é aprender a praticar o perdão, premissa do cristianismo. Envelhecer mal é acumular experiências negativas sem nada delas aprender. Envelhecer bem é sair melhor de cada crise, se tornando menos imperfeito após cada erro cometido. Envelhecer mal é ter que sofrer para aprender. Envelhecer bem é prevenir.

Ninguém é ferramenta! Somos seres humanos, e assim não podemos ter nossa importância atrelada a uma divisão entre “úteis” e “inúteis”. As crianças são – a princípio todas o devem ser – completamente felizes. Porque as crianças são tão felizes e com o tempo se tornam adultos, que “servem para trabalhar”, e vão perdendo o encanto pela vida?

Sabíamos o encanto que é a vida quando éramos crianças e fomos desaprendendo. Na terceira idade temos a oportunidade de reaprender, já que temos mais tempo disponível. Melhor ainda se conseguirmos perceber a grande lição antes de os cabelos branquearem por completo. Qual é a grande lição? Ninguém é ferramenta, fomos criados para desfrutar, temos todos uma criança dentro, que quer explorar, brincar, aprender.

Quando não podemos trabalhar, por doença ou por aposentadoria voluntária, somos rotulados como inúteis, e aí meu amigo, quem aguenta? Vou dizer quem aguenta, aqueles que não emudeceram sua criança interior. Para estes passar a tarde brincando – leia-se, jogar baralho, fazer alongamentos, aprender informática, mexer em plantas, cuidar de animais, visitar amigos, fazer artesanato, e outras coisas que não necessariamente geram renda, é um grande barato.

Cuidado com a corrida contra o tempo, sempre saímos perdendo, pois o tempo investido hoje, seja no que for, nos será cobrado cedo ou tarde.

Fonte: Dr. André Moschetta