Nesta semana o Brasil (e o mundo, que acompanha o Brasil) foi surpreendido com a notícia de que o ex-senador (ex porque ele renunciou seu mandato para usufruir das benesses que o STF negou a outros réus, concedendo-lhe o “direito” – um absurdo constitucional – de reiniciar o processo em primeira instância – perdoem-me, senhores ligados ao Direito, se não for assim), Eduardo Azeredo, do PSDB, também ex-governador mineiro, foi condenado a vinte anos e dez meses de prisão, enquadrado em sete crimes, todos relacionados com o “mensalão do PSDB mineiro” (que alguns, não se sabe porque, chamam de “mensalão tucano”), cujo processo iniciou há 17 anos – creia, e foram anos e anos de idas e vindas por muitas gavetas – e que tem relação com o “mensalão petista” (que já teve vários condenados e cumprindo pena). O operador, Marcos Valério (que está na cadeia), é o mesmo. A diferença entre os dois “mensalões” foi a forma com que foram tratados pelo judiciário.

Mais impostos?

Em janeiro seremos “brindados” com aumento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), proposto pelo Governo Sartori e aprovado na Assembleia Legislativa por 26 votos a favor e 25 contrários. Seria muito bom se todos os eleitores do Rio Grande do Sul imprimissem a nominata dos deputados “amigos do povo” que votaram para esse aumento ridículo do ICMS. Já pagamos os combustíveis caríssimos e, mesmo assim, terão mais um aumento, passando o ICMS incidente de 33,33% para 42,85%. Os mesmos percentuais incidirão sobre energia elétrica e telefonia. Sobre assinaturas de TV’s o aumento será de 12% para 14%, ou seja, aumento real de 2,63% (o ICMS incide “por dentro”, ou seja, sobre ele mesmo). Sobre os cigarros, bebidas alcoólicas, cosméticos, refrigerantes e cervejas serão os mesmos, 2% (na realidade, 2,63%). Como se vê, total “coerência” por parte do governo do Estado e da Assembleia Legislativa.

Reflexos

Mesmo antes de se saber qual o tratamento tributário que será dado às micros e pequenas empresas, bem como relativo ao estúpido, famigerado e inconstitucional Imposto de Fronteira que impingiram a elas, além da “Substituição Tributária”, já se pode prever o terrível impacto que terá. Quantas micros e pequenas empresas sobreviverão diante de tamanha “derrama tributária”, criada para atender a sanha arrecadatória do governo do Estado? É esperar para ver, considerando-se, também, o impacto nos empregos, na economia e na inflação. Aliás, seria de bom alvitre se o Sebrae pudesse informar quantas micros e pequenas empresas fecharam as portas e quantos empregos foram perdidos, graças ao Imposto de Fronteira e a Substituição Tributária que elas passaram a pagar, sem poder repassar tais custos. Qual o reflexo desses impostos em todos os setores? Pois é…. Mas eles acham que estão certos.

Deltan Dallagnol

Para quem não conhece, o Procurador da República Deltan Dallagnol é o coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal que atua na Operação Lava Jato. Ele é especialista em crimes financeiros e comanda, também, uma grande campanha de coleta de assinaturas entre os eleitores do todo o Brasil, visando entrar com um Projeto de Lei de origem popular no Congresso Nacional. Esse projeto pretende tornar lei dez princípios que possibilitem colocar um paradeiro na corrupção brasileira. Dallagnol deu demonstração em entrevista para a Rádio Gaúcha, nesta quinta-feira, que está equidistante de partidos políticos, que não é petista ou antipetista.

Deltan Dallagnol II

Deixou bem claro que é um membro atuante do Ministério Público que pretende ajudar a colocar ordem nesse País. Nesta entrevista, perguntado se estávamos diante “da maior corrupção da história do Brasil” ele respondeu que não, que a corrupção é endêmica, vem de décadas passadas e, agora, os órgãos possuem “ferramentas legais” para agir contra a corrupção. Tomara que Dallagnol contribuía muito para se terminar de uma vez por todos com o petismo e o antipetismo no Brasil. Ambos são tumores malignos que precisam ser extirpados, bem como seus fanáticos seguidores.