Nos meses de março e abril de 2020, linhas funcionavam apenas 25%, devido ao isolamento social. Mesmo com retorno das frotas, usuária relata excesso de pessoas em ônibus e pede ampliação de horários de pico

No início da pandemia, Bento Gonçalves, assim como outros municípios, teve as linhas de ônibus urbano reduzidas em até 75%. Com a manutenção de distanciamento controlado no estado, os horários voltaram a ampliar. Na cidade operam duas empresas: Bento Transportes e Santo Antônio, sendo que uma atende centro-norte e outra centro-sul, respectivamente.

Conforme o diretor de operações da empresa Bento, Gustavo Toniollo, a queda nos itinerários acompanhou também a redução de usuários, em 2020. “Atualmente, estamos com 60% dos horários normais e a quantidade de usuários no mesmo percentual em relação aos períodos normais”, afirma.

O diretor da Santo Antônio, Leonardo Giordani, assegura que o gerenciamento de horários e adequações são feitos semanalmente. “As linhas hoje são realizadas em torno 70% em comparação com os primeiros meses de 2020, portanto com redução de 30%. Os passageiros estão em cerca de 55%”, pontua.

Giordani prevê a possibilidade de aumento nas linhas urbanas. “Estamos monitorando constantemente e também o auxílio dos usuários é importante. Pela norma atual de combate à Covid, a lotação é de 60% da capacidade total do veículo, contando entre pessoas em pé e sentadas”, reitera.

As empresas acrescentaram que os veículos são higienizados, é disponibilizado dispenser de álcool em gel e feita a orientação quanto ao uso de máscaras. Os usuários devem manter janelas e tampões abertos.

Norma atual contra a Covid-19 prevê lotação de 60% da capacidade total

“Não foi fácil chegar até a porta da saída”

A usuária Andreia Araldi, 39 anos, costuma pegar o ônibus das 18h em direção ao bairro Zatt, horário considerado de pico. Ela relatou que em determinado dia o acesso ao desembarque foi difícil. “Tenho lúpus, fibromialgia, desvio de osso na perna esquerda e problemas na lombar e na dorsal na cervical. Não foi fácil para mim. Me senti um lixo, como todos os cidadãos que estavam dentro do ônibus. Achei um absurdo, desumano”, desabafa.

Toniollo salienta que não há previsão de ampliação de horários. “No momento não se verifica excesso de lotação, visto que atualmente podem ser transportados de 15 a 20 passageiros em pé. Monitoramos diariamente todos os nossos horários por meio do sistema de bilhetagem”, argumenta.

Sobre a situação de Andreia, o diretor sublinha que cada veículo dispõe de quatro assentos para pessoas idosos ou com deficiência, identificados na cor amarelo. “Quanto a obrigatoriedade destes assentos estarem livres, depende do bom senso de cada usuário. Não é obrigação do motorista mandar as pessoas cederem o assento para que as pessoas (idosos ou deficientes) sentem”, pondera.

Foto: Arquivo