O total de leite coletado foi 636 litros. Além disso, 601 doadoras participaram da ação e 100% dos bebês internados na UTI Neonatal foram atendidos

A última quinta-feira, 19 de maio, foi marcada pelo Dia Mundial da Doação de Leite Humano, comemorado na data. De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), os bebês até os seis meses de idade devem ser alimentados apenas com leite materno, não precisam de chás, sucos, outros leites, nem mesmo de água. Após essa idade, inicia-se a introdução alimentar, mas a recomendação é que a amamentação continue até o segundo ano de vida da criança.

Para os bebês que não podem ser amamentados pelas mães por algum motivo, o Tacchini possui o Banco de Leite Humano AMA. No próprio hospital, é possível que as mães que desejam ajudar possam doar, ou mesmo no outro posto de coleta, localizado no Hospital São Roque, em Carlos Barbosa.

A mãe também pode retirar o próprio leite em casa, após orientações realizadas pelas profissionais do AMA Tacchini. A doação realizada em domicílio é recolhida, transportada e entregue por parceiros. Em um ano de Banco de Leite no Tacchini, o total de leite coletado foi 636 litros, além disso, 601 doadoras participaram da ação. Segundo Graziela, toda mulher em período de amamentação é uma potencial doadora de leite.

Conforme a nutricionista do Banco de Leite AMA Tacchini, Graziela Zortéa, desde a inauguração em 10 de maio de 2021, 301 crianças já foram beneficiadas. “Isso corresponde a 100% das que foram internadas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal nesse período”, expõe.

Segundo Graziela, ao contrário do que ocorre com doações de sangue, por exemplo, é impossível fidelizar as doadoras por longos períodos. “A coleta ocorre enquanto a mãe estiver lactante. Ou seja, todos os dias buscamos novas doadoras para suprir a saída daquelas que não estão mais produzindo leite”, explica.

A nutricionista evidencia que atualmente, o estoque é de 17 litros. “Por dia, são consumidos 1,5 litros de leite para alimentar os bebês da UTI Neonatal. É um número bom na comparação com outros bancos de leite do Rio Grande do Sul, mas é considerado baixo em relação ao histórico apresentado pelo próprio AMA Tacchini”, reconhece.

Desenvolvimento infantil depende da amamentação

A profissional destaca que o leite materno é fundamental para o desenvolvimento das crianças nos primeiros anos de vida. “Estima-se que o aleitamento poderia diminuir 13% das mortes de crianças menores de 5 anos em todo o mundo, por causas evitáveis. Além de suprir todas as necessidades nutricionais, ele ainda ajuda na formação do sistema imunológico, a prevenir alergias e intolerâncias, infecções respiratórias, entre muitas outras vantagens que podem fazer toda a diferença no desenvolvimento da criança”, exemplifica.

Ademais, Graziela explica que o leite diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, e reduz a chance de desenvolver obesidade. “Ainda há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo dos bebês”, frisa.

Para a mãe, amamentar auxilia a perder peso após o parto. “O aleitamento ainda ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, diminuindo o risco de hemorragia e de anemia. Também reduz o risco de diabetes e diminui o de desenvolvimento de câncer de mama e de ovário”, sublinha.

A nutricionista garante que todo leite doado é analisado e passa por um rigoroso controle de qualidade antes de ser oferecido aos bebês internados na UTI Neonatal do Tacchini. “São avaliados o aspecto, forma de transporte e armazenamento. O volume e até mesmo a quantidade de gordura presente em cada amostra, uma vez que alguns bebês podem possuir restrições alimentares. Somente depois de tudo isso, ele é pasteurizado e congelado, passando a ter validade de até seis meses”, detalha.

Para contribuir ou buscar mais informações a respeito do Banco de Leite Humano Ama Tacchini, basta entrar em contato pelo telefone (54) 3055 0303 ou pelo email [email protected]. O espaço funciona todos os dias, das 8h às 18h.

Foto em destaque: Alexandre Brusa