A infectologista do Hospital Tacchini, Nicole Golin esclareceu dúvidas em transmissão ao vivo no Facebook

Atualmente, a recomendação do Ministério da Saúde é a de fazer testes apenas em casos graves de pessoas com suspeita de Covid-19 e profissionais de saúde e segurança com sintomas respiratórios. Mas por que não realizar o exame em qualquer um que apresente tosse, febre e coriza?

No mundo ideal, toda a população com sinais suspeitos deveria ser testada. Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda essa ação. Na semana passada, Bento Gonçalves recebeu mais mil testes rápidos, totalizando dois mil. “Estamos testando os sintomáticos e todo e qualquer colaborador que possa ter algum sintoma sugestivo da doença. Os nossos afastamentos estão se mantendo, primeiro que na nossa concepção, baixos, porque mesmo com ausências conseguimos manter estrutura funcionando de forma adequada”, pontuou a infectologista do hospital Tacchini, Nicole Golin, em transmissão ao vivo pelo Facebook da casa de saúde, desta quarta-feira, 29.

Há dois tipos que estão sendo usados: o PCR – Tempo real e os testes rápidos. O primeiro que contêm três longas hastes de algodão, sendo uma para cada narina e outra para a boca, a fim de verificar vírus ativo na mucosa respiratória. “O grande valor do exame é pacientes que têm sintomas sugestivos. Para pessoas que não sentem nada, ele tem valor de diagnóstico baixíssimo. A chance de vir um falso-negativo é alta, porque é preciso ter sintomas que me dizem que há replicação viral”, esclarece Nicole.  

Para fazer um exame posterior e saber se há contato com vírus ou não, o indicado são os testes rápidos. “É outra metodologia e outro padrão de sensibilidade. Nesse é usado sangue e utilizado um reagente que fica por 30 minutos”, afirma. Há duas frações de anticorpos, o IgM, que acontece geralmente a partir do décimo dia da doença e se mantém durante um período, e o IgG, que são anticorpos de fase tardia, de quem passou pela doença, não sente nada e descobre que teve contato com Covid-19 em algum momento da vida. “O anticorpo IgG teoricamente vai ficar positivo, esperamos, que por muito tempo. A gente não tem essa resposta se ele é para sempre e se esse, que seria imunidade, garante proteção contra uma nova infecção. Então, o resultado é ‘eu passei a doença’, ponto”, reitera a infectologista.

Pacientes com diagnóstico do novo coronavírus e com sintomas leves devem ficar em casa isolados, eventualmente tomando remédios para aplacar sintomas, além de que a ida a um laboratório ou hospital para fazer o exame pode terminar em contaminação.

Foto: Reprodução