Além da agricultura, outra grande potencialidade do município é o turismo. Belas paisagens naturais encantam turistas. Vinícolas, restaurantes e lojas, também atraem pessoas do mundo inteiro

O Presidente da Associação dos Produtores de Vinho de Pinto Bandeira (Asprovinho), Rodrigo Valério, conta que recentemente foi realizado um planejamento estratégico, com apoio do Sicredi e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com a consultora Ivane Fávero, que apontou as principais demandas relativas ao turismo em Pinto Bandeira. “Como visão, ficou definido que queremos transformar Pinto Bandeira em um município referência em turismo”, afirma.

Para que isso se torne realidade, Valério antecipa que será integrada, à produção de frutos de mesa, a elaboração de vinhos e espumantes, a valorização as belezas naturais e a qualidade dos produtos elaborados no município. “Além do esforço e a dedicação do povo empreendedor”, acrescenta. Dentre as ações que estão sendo pensadas, ele destaca que tornar o roteiro ainda mais atrativo e diversificado, para que aumente ainda mais o número de visitantes, é um dos objetivos. “Além disso, a Asprovinho visa proteger a natureza, a cultura local, os produtores de vinho e, sobretudo, preservar a qualidade e afirmar a identidade dos vinhos e espumantes produzidos no local”, sublinha.

Rodrigo Valério afirma que Asprovinho quer transformar Pinto Bandeira em referência no turismo

Lugar inesquecível

Sobre como enxerga Pinto Bandeira no futuro, Valério afirma que o município tem uma oportunidade única de crescimento e visibilidade. “O local é inesquecível aos olhos dos que passam nele pela primeira vez. Inesquecível aos paladares dos que degustam os espumantes e vinhos com sabor único e descobrem sabores nos restaurantes que fazem parte do lugar. Inesquecível, pois quem vai uma vez, volta”, finaliza.

Incentivo ao empreendedorismo

O sócio proprietário da Vinícola Valmarino, Marco Antônio Salton, alerta que falta atração de investimentos para incentivar o empreendedorismo em Pinto Bandeira. “Temos carência no setor de serviços. Faltam hotel e restaurante, por exemplo, faltam mais opções de infraestrutura para segurar os turistas aqui”, avalia ele.

Salton conta que recebeu turistas de São Luís, capital do Maranhão, Nordeste do país. Só que os visitantes tiveram que se deslocar até a região do Caminhos de Pedra, já em Bento Gonçalves, para almoçar. “Falta isso e a gente sabe. Alguém com ideia de restaurante, pousada, enfim, essas alternativas, têm que ter”, afirma o empresário.

Salton diz que há carência de mais serviços para atender bem aos visitantes

Marco Salton entende que “é necessário pensar sempre adiante, projetando o futuro e encorajando as pessoas da cidade a trabalharem com o turismo. Tem que estimular os jovens, ainda na escola, a ficarem na propriedade, a manter alguma atividade em seu local de origem. Temos essa preocupação, mas é algo que devemos que fazer aos poucos. Quem vem aqui quer sentir a cultura, então tem que ser algo bem de raiz e verdadeiro”, finaliza.

Plano diretor precisa ser bem planejado

Um dos empreendimentos localizados no município é a vinícola Família Geisse, que já tem 40 anos de existência. O local é referência mundial e, só em 2019, recebeu cerca de 33 mil turistas. O diretor, Daniel Geisse, diz que em uma cidade nova é importante ter cuidado com o Plano Diretor. “Precisa ser bem montado e adequado, pensando no desenvolvimento do turismo”, entende ele. Geisse alerta que planejar o futuro é importante para que as pessoas não continuem construindo pavilhões na beira das estradas. “É preciso ter o mínimo de distanciamento para preservar a rota como turística. As pessoas querem ver coisas bonitas e não estruturas metálicas cortando a vista”, garante.

Daniel Geisse afirma que é preciso ter um Plano Diretor bem elaborado para atrair cada vez mais turistas ao município

Outra necessidade que percebe é a construção de um ponto turístico na cidade. “Pinto Bandeira tem que criar um local em que os turistas pensem ‘tenho que ir lá visitar’. Tem oportunidade de fazer isso aqui, com condições de cobrar e ter um retorno financeiro. Algo que não seja algo feito por fazer”, analisa.