A mobilização para que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), reveja o seu posicionamento contrário à reeleição, ganhou reforço de prefeitos e aliados durante evento realizado na Associação Médica do Rio Grande do Sul (Amrigs) no sábado, 12. Durante o encontro, que lotou as dependências do auditório, filiados pediram, mais uma vez, que o governador revisse sua decisão de não concorrer novamente ao pleito em outubro.

Com cartazes pedindo a manutenção do projeto de governo e frases como “Não dá pra mudar, fica PSDB”, lideranças da sigla discursaram e entregaram uma carta assinada por diversos prefeitos do partido ao governador. Intitulada “O futuro é o presente”, o documento é mais uma tentativa de convencer Leite e “manter o legado construído pelo PSDB”.

Entre os apoiadores da iniciativa estão o ex-prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan e a prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas, que fizeram fortes discursos, dizendo que Leite não pode correr o risco de deixar o Estado retroceder. Paula, que foi vice-prefeita na gestão de Leite, também pediu que o governador repensasse na decisão. Ela, porém, também colocou seu nome à disposição do partido para a disputa ao Piratini, caso o governador decida disputar a Presidência da República por outro partido, como é o caso do PSD, que já fez o convite a Leite para filiar-se à sigla.

Companheiro de chapa de Leite, o vice-governador e secretário de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, que também é pré-candidato ao governo, destacou os avanços conquistados durante a gestão e afirmou que o projeto de governo do PSDB não pode ser interrompido. “Não podemos abrir mão de ter o PSDB na cabeça da chapa ao governo do Rio Grande do Sul neste ano. Vamos quebrar dois paradigmas: reeleger o governador e vencer no primeiro turno”, afirmou.

Apesar do apoio, em seu discurso Leite disse que ainda avalia a possibilidade. Em sua fala, o governador destacou os feitos da gestão que, segundo ele, foram conquistados “sem brigas e com base no diálogo”. Ele agradeceu o apoio e em uma de suas falas, disse que poderá, sim, concorrer à reeleição. “Há em mim a convicção de que não podemos perder os resultados conquistados até aqui. Também tenho certeza que o futuro nos guarda algo bom, para seguir avançando. Não vou abrir mão da responsabilidade que tenho com os gaúchos no contexto político, seja como candidato ou ajudando ao lado de quem for liderar o processo, defendendo nosso legado”, disse.

Foto: Eduardo Beleske / Divulgação