O presidente da República Jair Bolsonaro disse que pode voltar a implementar o horário de verão, caso a crise hídrica que assola o País se agrave ainda mais. A informação foi dada em entrevista nesta segunda-feira, 2 de agosto, a uma rádio de Novo Hamburgo, no Vale dos Sinos. Segundo Bolsonaro, mesmo sendo contrário a medida, se houver desejo da maioria, ele deverá voltar com a mudança extinta por ele em 2019. “Sou um democrata, eu sigo a maioria”, declarou. “Se a maioria da população quiser a volta, eu posso fazer isso aí”, afirmou.

Conforme o presidente, a maioria da população brasileira ainda é contrária ao retorno do horário. No entanto, empresários do ramo de bares e restaurantes já encaminharam um pedido para a volta da medida. Segundo o documento, com o horário de verão, os setores poderiam amenizar as perdas causadas pela pandemia de covid-19. “No momento, eu sei que para alguns setores aumenta o faturamento, porque as pessoas ficam mais tempo aí frequentando o comércio, isso a gente pesa aqui também. Mas no momento, não tem clima, apoio popular, para gente voltar o horário de verão”, garantiu.

Durante a entrevista, Bolsonaro voltou a descartar a possibilidade de racionamento de energia elétrica, em decorrência da crise hídrica. No entanto, pediu que a população brasileira colabora evitando o desperdício. “Quem, porventura, estiver com uma luz acesa a mais na sua casa, por favor, apaga essa luz, lá na ponta da linha, vai fazer a diferença”, observa.

Em agosto, a Aneel decidiu manter a bandeira vermelha, patamar dois, na conta de luz. Com a manutenção, os consumidores irão pagar a cada 100 kilowatt-hora consumido, o valor de R$ 9,492. A decisão em manter a cobrança extra é decorrente da grave crise hídrica nos reservatórios das usinas hidrelétricas do país. Sem chuvas e com a necessidade de utilizar fontes de energia mais caras para geração de energia, o valor pago acaba sendo colocado na conta do consumidor.