Pasin e o plano diretor

O prefeito Guilherme Pasin (foto) defendeu para cerca de 50 empresários do setor da construção civil um amplo debate para avaliação do Plano Diretor para garantir o crescimento ordenado da cidade. Remendado por 18 alterações em seis anos, o monstrengo já não responde às necessidades do desenvolvimento da cidade, acredita o prefeito. O processo deve iniciar nos próximos meses. Outra questão que mereceu a atenção do prefeito no encontro com a Ascon Vinhedos foi a liberação do Licenciamento Ambiental no município – uma das principais demandas do setor. Pasin afirmou que a prefeitura trabalha para proporcionar agilidade no processo. Segundo ele, hoje são 200 processos represados, o que resulta em prejuízo ao município. A solução está a caminho.

O CREMA SERRA E A DEMANDA REPRIMIDA

27 de março. Esta é a data para conhecermos as empresas concorrentes à licitação para tocar o Crema/Serra. Isso porque o terceiro edital foi publicado no Diário Oficial do Estado. Agora, se nenhum problema ocorrer, podemos sonhar com obras nas rodovias serranas no segundo semestre. Ainda não será conhecida a vencedora da licitação, é apenas a data para a apresentação dos documentos, mas, depois da suspensão por duas vezes, já é alguma coisa. Para recuperar 195 quilômetros de quatro rodovias (RSC-470, RSC 453, RS-122 e RS-324), o Estado pretende investir R$ 140 milhões. O contrato será bem-vindo, mas a necessidade de intervenções rodoviárias da região cresce cada vez mais. As tão esperadas duplicações da RSC-470 e da 453 são apenas exemplos de um universo que reflete anos de protelações de governos após governos.

Agora, por conta da sua acirrada campanha pelo novo aeroporto, Caxias está investindo pesado em mudar o foco das obras estatais para a duplicação da Rota do Sol. Depois que o prefeito caxiense Alceu Barbosa Velho deu a entender que as obras ligadas ao aeroporto são as prioridades regionais, a campanha saiu dos bastidores com algum alvoroço, capitaneada pelo atuante CIC caxiense. Eles defendem por lá que o advento do aeroporto e a expansão de indústrias para a região de Vila Oliva justificam o pleito. Perfeito. Mas será preciso relativizar as pretensões locais, contextualizar o histórico das demandas e definir prioridades a partir das necessidades de toda a região. É inegável, por exemplo, que há anos a falta da duplicação nas rodovias que ligam o eixo Farroupilha, Carlos Barbosa, Garibaldi, Bento e Veranópolis impede um crescimento mais consistente desses municípios, que mesmo assim seguem crescendo quase por teimosia. As demandas caxienses são justas, e evidentemente contém forte apelo regional. Mas a localização do segundo aeroporto da cidade não atende satisfatoriamente diversas empresas fora da metrópole serrana.

CPI esvaziada?

Esvaziar a recém-nascida CPI da Fenavinho parece ser a ordem do dia para os lados do palácio 11 de Outubro. A coordenação dos trabalhos ficará a cargo do governista Moisés Scussel (PMDB) e dos desistentes Gilmar Pessutto (PSDB) e Marlen Pelicioli (PPS), que depois de assinar a CPI queriam voltar atrás. O proponente Moacir Camerini (PT) é membro, mas foi patrolado na disputa da presidência.

Em destaque
Contamos com o bom planejamento dos expositores internacionais a fim de que tomem as medidas cabíveis, garantindo o desembaraço de seus equipamentos. Cacildo Tarso, presidente da Fimma, sobre os preparativos para a edição.

As pendências de Vila Oliva

O diretor do Departamento Aeroportuário do Estado (DAP), Roberto Carvalho Netto, confirmou em Brasília a previsão de que o novo aeroporto regional da Serra conquiste R$ 200 milhões do total de R$ 7,3 bilhões que o governo federal pretende investir em 270 aeroportos do país. O problema por aqui é que aparentemente não há interessados em fazer o projeto do novo aeroporto, que prevê uma pista de 3,6 mil metros de extensão por 45 metros de largura, além do terminal de passageiros. Até hoje, duas licitações já foram abertas, porém, não houve inscritos no processo, que deverá pagar cerca de R$ 190 mil à empresa que vencer a concorrência. Uma das alternativas do governo estadual é ampliar a contratação para a realização, também, do Plano Diretor do aeroporto. Outro ponto que ainda não avançou é a desapropriação do terreno.

Aduaneiras

A Fimma Brasil projeta um crescimento de 4% ou 5% para a edição deste ano. Serão cerca de US$ 420 milhões em negócios gerados na comparação com edição de 2011, que registrou US$ 403 milhões. A projeção reflete um cenário global pouco aquecido, avalia o diretor comercial da feira, Juarez Piva, mas o crescimento reflete a continuidade dos processos de qualificação das empresas. Muitas delas estarão na feira concretizando o negócio e recebendo o produto – transações já realizadas e garantidas nos números finais. Para garantir os resultados – e a excelência reconhecida da feira que hoje é a quarta do segmento no mundo –, a busca de apoio de órgãos públicos e entidades é fundamental. A atenção especial é para a Alfândega de Rio Grande e à Receita Federal, para estabelecer uma boa relação com as equipes aduaneiras. O presidente Cacildo Tarso acredita que o planejamento garanta a liberação dos equipamentos no porto em tempo hábil e evite transtornos já verificados em outras edições.

Ponto

A primeira derrota judicial do Governo Tarso na guerra dos pedágios bate em cheio no desejo serrano de ver encerradas as atividades da praça de Farroupilha em abril, como havia sido anunciado e reafirmado tantas vezes pelo próprio governador.

O juiz João Pedro Gibran Neto manteve a liminar que garante ao consórcio Univias a concessão do polo de Caxias até 28 de dezembro. Com a decisão, o governo terá que esperar a decisão do mérito da ação movida pela concessionária para impedir o fechamento do pólo no dia 16 de abril se quiser cumprir o planejado sem maiores sustos.

A Justiça confirmou o pagamento de pouco menos de R$ 1,28 milhão para a prefeitura de Bento, que poderá ser utilizado para pagar despesas. Vem em boa hora, mas demorou.

O valor se refere ao ressarcimento de uma diferença do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN) apurada pela Secretaria de Finanças como dívida ativa do município em 2005. A ação tramita desde 2006. Meia dúzia de anos depois, o dinheiro deve estar na conta da prefeitura em 30 dias.

O fotógrafo Fabiano Mazzotti está de malas prontas para uma nova aventura: ele vai ficar 200 dias na Amazônia para produzir seu novo livro. Depois de duas obras tratando das – e retratando as – coisas de sua terra, em meio à natureza exuberante e à diversidade de culturas, o talento e a sensibilidade de Mazzotti vão romper fronteiras.