Rua da polêmica

 Termina amanhã o prazo para que a comunidade possa enviar indicações de local e sugestões para a polêmica instalação da rua coberta bentopolitana. As propostas recebidas e, claro, os projetos do governo e a posição das entidades serão o ingrediente para o caldeirão que promete ser a audiência púbica marcada para a sexta-feira, 15, na Casa das Artes. Para o governo, a audiência pretende encerrar a polêmica sobre o local, que já foi a Cândido Costa, como propôs o Viva Bento, a Marechal Floriano, como queria a administração anterior. Hoje, a decisão está suspensa, e a rua coberta pode migrar do centro da cidade. Há muita rejeição, e esta semana ela estava estampada em muitas lojas, dividindo espaço com os produtos em oferta.

 O bairro Planalto poderia ser o destino. Há ainda quem defenda esquecer tudo e mandar para Brasília os recursos federais. O prazo para a utilização da verba de pouco mais de R$ 1 milhão é logo ali, na virada do semestre. Por isso a pressa do governo, que não quer ficar com a pecha de ter perdido dinheiro federal. O certo é que a decisão é delicada, e envolve também as condições do entorno do local que receberá o projeto, que, por sinal, também precisa ser repensado. Mais certo ainda é que, quanto menor o prazo, mais chances para sair errado. Antes de mais nada, é preciso garantir um mínimo entendimento comum. Para isso, a audiência pública precisa ser representativa. Pode ser a última chance. Depois, vai sobrar a reclamação.

 Voto de confiança

 Sem apresentar grandes novidades, mas reafirmando compromissos de campanha e garantindo a continuidade de projetos da administração anterior, o prefeito Guilherme Pasin inaugurou oficialmente a agenda de eventos do CIC na noite da segunda-feira em ritmo de confiança e apoio do empresariado local, que saiu satisfeito do encontro com as posições defendidas pelo prefeito. Cerca de 180 pessoas lotaram as dependências do CIC para o jantar com o prefeito e construíram um ambiente extremamente favorável ao governante, cerca de 60 dias após assumir a prefeitura.

 Pasin respondeu a 12 questionamentos feitos por representantes dos principais setores econômicos da cidade (moveleiro, metalmecânico, transporte, vitivinícola, comércio e turismo) e saiu-se bem, estabelecendo compromissos sobre temas como a segurança pública, a mobilidade urbana, as mudanças no Plano Diretor, o turismo, a educação e as prioridades de obras para melhorar a infraestrutura municipal. Claro, não se furtou de temas mais espinhosos, como a instalação da rua coberta. Seguro e confortável entre o empresariado, Pasin saiu com o voto de confiança do setor produtivo renovado para seu governo.

 A inflação e os salários (2)

 Diferente do que a coluna publicou no sábado, 9, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sitracom) ainda não fechou a negociação salarial da categoria este ano. Mesmo com a data base em 1º de fevereiro, os trabalhadores ainda negociam uma proposta que, entre outras coisas, contemple um aumento real para a categoria. De acordo com o presidente do Sitracom, Itagiba Soares Lopes, o sindicato ainda aguarda uma resposta sobre a última proposta encaminhada ao sindicato patronal, de 10% (os 6,63% do INPC mais um aumento real de 3,34%), no início da semana. Os patrões haviam oferecido apenas a reposição salarial – o que foi referido na coluna – mas Lopes garantiu que não haverá acordo sem a previsão do aumento real. Segundo o presidente, os números do setor moveleiro são positivos, as indústrias cresceram cerca de 7,5% ano passado e, portanto, não há porque abrir mão do aumento real.

 Sindicância de concreto

 O prefeito Guilherme Pasin ordenou a abertura de uma sindicância interna para examinar a legalidade ou não da compra de estátuas de concreto pela administração anterior. Tudo porque a chegada de mais um lote de “dioramas” – apresentação artística de cenas da vida natural, buscando o realismo, com finalidade de exposição para instrução ou entretenimento – surpreendeu o governo na semana passada. Uma zebra, um elefante com estrutura metálica e uma representação do deus Baco foram depositados no pátio da secretaria de Obras.

 Ainda as finanças

 O governo municipal aguarda o relatório final do TCE para falar abertamente sobre a real situação em que encontrou as finanças da prefeitura. Como apenas 60 dos 180 dias de pagamentos suspensos se passaram, há tempo de sobra para o trabalho de garimpagem nas contas da prefeitura. Mesmo sem confirmação oficial, se sabe que alguns empenhos não serão realizados depois que a benta moratória terminar. Pelo menos meia dúzia de empenhos não encontra justificativa em notas fiscais ou ordens de serviço.

 Dívidas e depoimentos

 Uma dívida de R$ 1,2 milhão. Este é o saldo devedor da Fenavinho, confirmado ontem, durante sessão da CPI que investiga as contas das duas últimas edições, em depoimento de Tarcísio Michelon e João Strapazzon. Michelon revelou lucro de quase R$ 450 mil nas festas de 2007 e 2009, o que teria ajudado a abater uma dívida anterior de quase R$ 700 mil. Em dois anos, o esforço foi por terra: a edição de 2011, prejudicada pelo atraso na organização e pela mudança de data, apresentou um resultado negativo de pouco mais de R$ 1 milhão. Ainda será preciso confirmar as contas, mas os dados são um ponto de partida para repensar a festa maior da cidade.

 Ponto

 O presidente do Legislativo, Valdecir Rubbo (PDT), confirmou à coluna que está estudando os aspectos legais para a contratação de uma empresa para realizar o projeto da sede própria do Legislativo.

 A intenção de Rubbo é ao menos iniciar as obras nos próximos três anos. A sede será construída no bairro Planalto, em um terreno doado pela prefeitura no ano passado.

 Juarez Valduga, da Casa Valduga, assumirá como novo presidente da Associação dos Produtores de Vinhos Finos do Vale dos Vinhedos (Aprovale), em substituição a Rogério Valduga, da Torcello.

 Eleito na semana passada, Juarez Valduga estará à frente de uma das mais importantes entidades do setor vitivinícola nacional pelos próximos dois anos.

 Amanhã, a Secretaria Estadual de Turismo apresenta em Bento o Pronatec Copa na Empresa, que vai oferecer cursos nos próprios locais de trabalho onde atuam os profissionais ou em salas de aulas através de parcerias com a secretária de Turismo de Bento, Senac e Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares Região Uva e Vinho (SHRBS).

 De acordo com a coordenadora de Qualificação da secretaria, Sinthia Mayer, serão oferecidos, além dos cursos de idiomas (espanhol e inglês) e cursos nos eixos Ambiente e Saúde; Gestão, Negócios e Turismo; e Hospitalidade e Lazer.

 Preparando a segunda edição da Brasil Móveis para agosto, em São Paulo, a Movergs espera receber durante o evento no Anhembi mais de 30 mil visitantes de vários estados do Brasil e de movimentar um montante de R$ 200 milhões com os negócios originados durante o evento.