Cansan e as demandas

A importância da Fimma Brasil no cenário industrial do país, consolidada na edição que acontece até a próxima sexta-feira no parque de eventos, deve fazer ecoar mais forte o discurso de forte caráter político do presidente da Movergs, Ivo Cansan, durante a cerimônia de abertura oficial do evento, na tarde da segunda-feira. Cansan cobrou melhorias em infraestrutura, redução da carga de impostos, defendeu um modelo de gestão colaborativa, as reformas fiscal, tributária e trabalhista e afirmou que o governo deve criar um plano de investimentos para áreas de infraestrutura e logística. O anfitrião foi incisivo ao tratar de problemas enfrentados pelo setor, como a dificuldade em compensar créditos das exportações, o custo alto do transporte e a demora na liberação de licenças ambientais. Na ausência do governador Tarso Genro, o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, não encontrou a simpatia das lideranças moveleiras, mas enumerou dificuldades e conquistas do governo, lembrou que é difícil a equação de redução da carga tributária com melhora em infraestrutura, informou que o governo está trabalhando para aprimorar o processo de licenciamento ambiental e fez dois anúncios que soaram vagos à audiência: o titular da SPDI garantiu que o governo está em busca de um operador logístico de baixo calado para o transporte hidroviário e que estuda a instalação de fornecedores de matéria prima para os moveleiros no estado.

A metralhadora de Cansan também encontrou alvo na prefeitura, criticada pela falta de apoio às feiras e pelas carências apresentadas pelo parque de exposições, e no governo federal, que, segundo o presidente da Movergs, apesar dos avanços, ainda precisa reconhecer novas medidas para incentivar o setor. O prefeito Pasin referendou as críticas de Cansan e afirmou que está na hora da região fazer valer o que gera em riquezas em melhorias na infraestrutura regional. Enquanto a presidente Dilma Rousseff aguardava no Vaticano a missa inaugural e a audiência com o Papa Francisco, realizadas ontem, o ministro Pepe Vargas, do Desenvolvimento Agrário, mais por sua familiaridade regional do que pela pertinência de seu cargo com a feira, defendeu a União no evento, lembrou as obras do PAC e as conquistas do setor.

Viaduto da Telasul?

As lideranças empresariais da região estão batendo o pé com o Daer para a aprovação do projeto do novo entroncamento do conhecido trevo da Telasul, no encontro entre as RSC 470 e 453, em Garibaldi. Os empresários entendem que a criação de uma rotatória, como está sendo proposto originalmente pelo Daer, não solucionaria todos os problema e ainda por cima causaria desperdício de dinheiro público. 10 entre 10 empresários acreditam que o ideal seria a construção de um viaduto. O presidente da Cics Serra, Ademar Petry, afirmou que a entidade vai lutar pela definição.

Audiência e PAC 3

Por falar na RSC-470, o deputado estadual Gilmar Sossella (PDT), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da BR/RSC-470, confirmou a realização de uma audiência pública amanhã, na Fimma, para tratar do tema. A audiência tem como pauta ações e encaminhamentos do processo de duplicação e federalização da rodovia. Na segunda-feira, o ministro Pepe Vargas acredita que uma solução para a estrada seria sua inclusão nas obras do PAC 3, que ainda estão sendo elencadas pelo governo federal.

Polêmica encerrada?

Pelo menos uma definição saiu do encontro de quase hora e meia, a portas fechadas, entre a prefeitura, a comissão de moradores criada na audiência pública da semana passada e os interessados diretos na instalação da rua coberta por aqui: mesmo sem uma decisão sobre o local, os presentes bateram o martelo e definiram que o projeto será implantado no bairro Planalto, nas proximidades da Casa das Artes, encerrando a polêmica criada pela rejeição de comerciantes com a instalação da rua no centro da cidade. Ainda falta decidir qual a rua que será transformada, entre três propostas apresentadas. Nos próximos dias, a prefeitura deve analisar questões ligadas ao projeto, afirmou o secretário de Governo, César Gabardo. O município tem até 30 de junho para iniciar a obra para não perder o investimento de R$ 1,1 milhão do governo federal.

Um plano descomplicado

A previsão do grupo de trabalho criado pela Ascon Vinhedos para discutir o atual Plano Diretor da cidade é concluir o resultado da análise ainda no primeiro semestre. Coordenado pelo engenheiro civil Cedamir Poletto, o grupo composto por engenheiros, arquitetos, administradores de empresas, corretores de imóveis, loteadores, economistas, construtores e incorporadores de imóveis já definiu pelo menos oito sugestões que serão debatidas com a população e encaminhadas à prefeitura e à Câmara de Vereadores. Entre elas, ideias que podem favorecer a verticalização da área central da cidade, a necessidade de restabelecer critérios para a classificação das obras e a elaboração de legislações mais claras. A intenção da Ascon é “desmistificar o Plano Diretor”, defende o presidente Diogo Parisotto. Para isso, a entidade deve apresentar as sugestões em uma maquete eletrônica de fácil compreensão.

E os preços?

Mesmo 10 dias depois que o governo federal anunciou a diminuição da tributação sobre os produtos da cesta básica, a maioria dos consumidores de Bento ainda espera os possíveis efeitos positivos da medida no preço dos produtos oferecidos nos mercados. Ainda que não haja um levantamento oficial do comportamento dos preços, a maioria dos mercados ainda aguarda estudos para acatar o pedido da presidente Dilma Rousseff para baixar gradativamente os valores dos produtos da cesta básica. De acordo com especialistas, os estabelecimentos não reduziram os preços porque precisam zerar os estoques antes de baixar os preços em definitivo. A própria indústria precisa antes se adaptar aos novos valores para depois os supermercadistas repassarem ao consumidor. Será preciso monitorar o movimento nos próximos dias, ficar atento e. claro, não esquecer de pesquisar antes de comprar.

Ponto

  • Será na sexta-feira a definição da nova diretoria da Amesne, durante reunião em Bento. Mesmo que o prefeito de Carlos Barbosa, Fernando Xavier da Silva, apareça como o mais cotado para assumir a presidência, até ontem nenhuma chapa havia solicitado registro de candidatura para a sucessão do ex-prefeito de Monte Belo do Sul Adenir Dallé. Caso não haja candidatos, a eleição será realizada por votação direta e nominal.
  • No mesmo dia, Ademar Petry deverá ser novamente reconduzido à presidência da Cics Serra.
  • As queixas ao comércio de Bento lideraram o ranking de reclamações ao Procon da cidade em fevereiro. Das 360 reclamações registradas, 104 foram direcionadas ao setor, seguidas por telefonia móvel (61) e telefone fixo (48).
  • A edição de 2014 da Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente, a Fiema Brasil, será instalada no pavilhão dos auditórios do Parque de Eventos.
  • A mudança, baseada em pesquisa realizada durante a 5ª Fiema, em 2012, pretende oferecer aos participantes uma estrutura capaz de suportar a exposição de equipamentos maiores e mais pesados, além de oportunizar uma concentração maior do público circulante de forma geral.
  • Bento vai receber em abril o Ambientur 2013 para debater o turismo e a sustentabilidade, em uma parceria da UCS com a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.
  • O evento vai contar com palestras de Suzana de Conto, da UCS, Álvaro Machado, da secretaria de Turismo do estado, e de Gisele Pereira, professora da Universidade de Oxford.