A EGR e o destino dos pedágios

Com a presença do governador Tarso Genro confirmada, a audiência pública em Caxias do Sul para debater as propostas para a construção de um novo modelo para a cobrança sai amanhã, em meio à disputa judicial envolvendo os prazos contratuais das concessões das praças de pedágio no estado. As entidades que lutam pela extinção definitiva da praça de Farroupilha não acreditam mais que a promessa de campanha de Tarso, de abrir as cancelas daqui a seis dias, possa ser cumprida. Trocando em miúdos, caso a Justiça não julgue o mérito da ação que concedeu liminar à concessionária, a região continuará pagando pedágio pelo menos até dezembro.

Depois que assumir as praças pedagiadas na Serra, a intenção da EGR, revelada pelo governo, é, além de fechar a praça de Farroupilha, reduzir as tarifas entre 30% a 40% dos atuais valores cobrados pela Convias, em um modelo similar aos pedágios comunitários, já encampados pela estatal. Mas o que está em jogo não é somente a cobrança, mas o modelo de manutenção e investimentos nas estradas do estado. O governo diz que haverá recursos, mas a forma como serão aplicados e, principalmente, os valores disponíveis para a manutenção das estradas, coloca em dúvida o sucesso da EGR.

É, aí a coisa fica mais feia. Sem dinheiro para investimentos de grosso calibre, como os que possibilitariam as duplicações exigidas pelos serranos, será preciso um malabarismo financeiro para garantir melhorias, e muita habilidade política para convencer a comunidade de que as promessas do governo poderão ser cumpridas à risca. Até agora, convenhamos, não há o que comemorar.

Em Destaque

 Os juízes estão trabalhando em favor dessas empresas

Marisa Formolo, deputada estadual do PT e presidente da Frente Parlamentar Contra a Prorrogação dos Contratos de Pedágios, sobre as decisões liminares concedidas em favor das concessionárias dos pedágios, que mantêm as cobranças nas praças do estado até dezembro.

Divino maravilhoso

É preciso estar atento e forte, como diz a música Divino Maravilhoso, de Caetano Veloso, celebrizada pela voz de Gal Costa. Não é porque não contabilizou as assinaturas necessárias para entrar em pauta na segunda-feira que os vereadores deixarão de lado a intenção de mudar o horário das sessões para as 16h e, em consequência, esvaziar ainda mais o plenário. Na segunda, uma manobra diversionista fez com que o vereador Clemente Mieznikowski (PDT) não assinasse o documento, mas ele deve firmá-lo nos próximos encontros. É que, como o Palácio 11 de Outubro recebeu um público recorde na sessão desta semana, não ficaria bem votar a mudança extremamente impopular. Querem esfriar a opinião pública. O que pretendem estes representantes do povo, senão representar o povo sob seus olhos? Como diz a música que dá título à nota, tudo é perigoso, tudo é divino maravilhoso…

Situação precária

É precária a situação do IML de Bento, que não recebe recursos do Estado para manutenção dos serviços (apenas materiais de perícia) e apresenta irregularidades constatadas pela vigilância sanitária, além de sofrer com a falta de funcionários. Para reverter a situação, o Conselho Municipal de Saúde quer que o Consepro volte a repassar recursos ao instituto.

A CPI, o MP e uma nova Fenavinho?

O relatório de Marlen Pelicioli (PPS) aprovado pela maioria diz que “a criação da CPI da Fenavinho Brasil atingiu seus objetivos propostos, sendo apuradas suas dívidas e situação financeira das últimas duas edições”. Informa ainda que “constatou-se não haver indícios de desvio de recursos públicos, havendo suas contas aprovadas pela Administração Pública e Câmara Municipal de Vereadores”.

No relatório paralelo, Camerini indica que houve uso de recursos para promoção de imagem pessoal, questiona o que chama de irregularidades na prestação de contas e contesta a não comprovação dos gastos através de notas, além de denunciar favorecimento na contratação de empresas. Ele quer o enquadramento na Lei das Oscips e sugere a perda dessa condição por evidências de erro ou fraude. Mais que isso, Camerini aponta o encaminhamento de denúncia dos responsáveis pela gestão financeira da Fenavinho Brasil 2011, entre eles o atual secretário de Finanças, Marcos Fracalossi, e ainda recomenda que o MP solicite ao prefeito o afastamento dele do secretariado.

O certo é que, independente do embate legislativo e do que sairá do MP, a necessidade de recriar a Fenavinho engatinha. É preciso, sim, passar a limpo as edições anteriores, mas ainda mais importante é projetar as próximas edições e não deixar morrer a festa que se confunde com a cidade. Por enquanto, resgatar uma Fenavinho comunitária faz parte apenas de discursos, ainda velados, de alguns políticos.

A segunda vez não se esquece

A Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs) espera que a segunda edição da Brasil Móveis 2013 (na foto, a diretoria na abertura da primeira edição), que será realizada entre os dias 6 e 9 de agosto, no Parque do Anhembi, em São Paulo, movimente cerca de R$ 200 milhões em negócios e receba mais de 30 mil visitantes. Segundo o presidente da Movergs, Ivo Cansan, a feira é “uma vitrine para promover a diversidade de produtos e serviços nacionais, seus lançamentos, tecnologias, tendências e design”. Enquanto o know-how tipo exportação da associação gaúcha faz escola, a feira internacional se consolida e atrai todos os polos produtores nacionais, diminuindo as distâncias e ampliando a concorrência. Cada vez mais, os empresários gaúchos precisam investir em design e tecnologia para garantir a diferenciação e a competitividade.

Ponto

  • Em Brasília desde ontem, onde permanece até a sexta-feira, o prefeito Guilherme Pasin não tem pressa para escolher um substituto ao exonerado secretário de Administração, Roberto Cainelli.
  • Nos bastidores, fontes do governo revelam que o prefeito estaria satisfeito com a atuação do interino Rafael Paludo.
  • Na Capital federal pela primeira vez depois de eleito, Pasin vai tentar agilizar processos nos ministérios, principalmente na área de saúde e da mobilidade urbana.
  • Ele vai aproveitar a estadia no Planalto Central para garantir emendas no Senado e na Câmara Federal. Tudo para tornar o orçamento do município mais robusto.
  • Uma das agendas do prefeito Guilherme Pasin em Brasília é definir a abertura de uma agência para a confecção de carteiras de trabalho em Bento.
  • Segundo José Balestrin, delegado regional do trabalho e assistência social na serra, a medida deve agilizar o trabalho, que hoje é realizado com um prazo maior que dois meses, e vai atender, além de Bento, municípios como Garibaldi, Carlos Barbosa, Veranópolis e Nova Prata.
  • Desde ontem, o Sindmóveis participa com cinco representantes do Salão Internacional do Móvel, que vai até o dia 14, em Milão. Eles acompanham os lançamentos e a mostra Brazil S.A, da qual participam 15 estúdios de design brasileiros integrantes do Projeto Orchestra Brasil, que chegou às 100 empresas participantes.
  • Além de membros da diretoria e do Salão Design, a curadoria da Casa Brasil também está na Itália. Antes da viagem, os organizadores da feira que ocorre em Bento entre 13 e 16 de agosto confirmaram uma parceria inédita para trazer à cidade um grupo de 500 profissionais, entre lojistas, arquitetos, designers de interiores e formadores de opinião das principais cidades do país.