Real e consistente

Mesmo que não avance em ritmo acelerado como em anos anteriores, a expectativa do setor moveleiro é de crescimento “real e consistente” em 2013. Os adjetivos foram utilizados pelo diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), Marcelo Villin Prado, durante a apresentação do Relatório Setorial realizado em parceria com a Movergs, na 23ª edição do Congresso da entidade, realizado na quarta-feira, 3 de julho, em Bento. Os incentivos ao consumo e a redução do IPI são apontados como fundamentais para garantir os resultados positivos. Em 2012, o varejo apresentou crescimento de 4,5% em peças e 8% em faturamento. Na previsão para 2013, os produtos devem chegar aos 6,8% e a 9,7% em faturamento. O relatório ainda prevê uma produção do setor moveleiro com crescimento de 5,5%. O presidente da Movergs, Ivo Cansan, acredita em um crescimento acima do PIB, em torno de 3,5% líquido, neste ano. O aquecimento da construção civil e a expansão de crédito para compra de móveis e imóveis são destacados por ele. Mas os incentivos governamentais não afetam o setor de maneira uniforme. Para o segmento de planejados, as medidas não representam ganhos. Neste caso, a aposta é em uma “demanda reprimida” que pode ampliar o crescimento das vendas, que registram um ritmo menor este ano.

O economista

Mesmo afirmando que sua mensagem é de “esperança”, o ex-ministro Mailson da Nóbrega, eleito “Economista do Ano” pela Ordem dos Economistas do Brasil, utilizou sua palestra no Congresso da Movergs para apontar o que considera os principais erros estratégicos do governo de Dilma Rousseff, que impedem o país de deixar a “antessala do desenvolvimento”. Para Nóbrega, a inflação acima da meta, uma política fiscal ineficiente, o sistema tributário ruim e as intervenções estatais são problemas que precisam ser combatidos para que o país avance. Para ele, a demanda concentrada nos serviços e a insistência em privilegiar o consumo, e não a produção, podem cobrar caro. Mesmo assim, ele garante que a consolidação das instituições blinda o país contra crises mais expressivas.

Muito longe das metas

Dos 49 municípios que compõem a 5ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), somente 20 têm uma relação entre o número de habitantes e o de médicos em situação pior que Bento Gonçalves, que enfrenta problemas crônicos por falta de profissionais. Bento tem 1,13 médico a cada grupo de mil habitantes, uma relação pior do que a média nacional, de 1,8 médico por mil habitantes, muito abaixo de vizinhos como a Argentina, com 3,2 médicos a cada mil moradores, e de Cuba, que tem 6,7 médicos por mil habitantes, uma das melhores médias mundiais. Os númewros, claro, tratam do serviço púiblico.

Por aqui, ainda falta muito. Para encostar na baixa média nacional, a cidade precisa contratar pelo menos mais 70 profissionais. Estamos longe disso. O objetivo do país é chegar aos 2,7 médicos por mil habitantes registrados no Reino Unido. Para Bento, isso significaria ter cerca de 280 médicos atuando por aqui. Hoje, o número não chega a 120 profissionais. A coisa é tão feia que, quando um médico fica impossibiltado de comparecer ao trabalho, os usuários da UBS onde o profissional atende ficam sem o serviço e, consequentemente, congestionam o PA 24 Horas.

E agora?

Apesar da mobilização que toma o país ter ganhado novas pautas, o transporte coletivo urbano encabeça a lista apresentada ao prefeito Pasin durante a audiência pública realizada esta semana na Câmara. Alguém aí pensa que impostos municipais poderão ser cortados?

O político

O ex-governador Germano Rigotto parece respirar liberdade depois de deixar os cargos públicos no passado. Um dos consultores mais requisitados por conta de sua atuação pela reforma tributária, Rigotto é capaz de estabelecer pontos positivos nos governos de Lula e Dilma, criticar até mesmo seu partido e os sucessivos governos, que não fizeram as reformas esatruturais e a revisão do pacto federativo. para ele, a centralização de mais de 60% da arrecadação dos impostos com o governo federal, que depois distribui para estados e municípios, gera ineficiência, fisiologismo, corrupção e clientelismo.

Longe das urnas

Germano Rigotto afirmou que descarta totalmente qualquer possibilidade de concorrer ao governo gaúcho em 2014. “Meu tempo já passou, já dei minha contribuição”, confessa, afirmando que o PMDB precisa definir seu candidato sem demora. Foi uma pequena crítica ao conterrâneo José Ivo Sartori, cotado para a disputa, que fala como pré-candidato mas não assume a condição. Rigotto disse ao colunista que gostaria de concorrer ao Senado, mas a insistência de Pedro Simon em continuar praticamente sepulta a ideia. Vai seguir sua atuação fora do gramado da política.

Em destaque

O governo ajudou com os incentivos e a redução de IPI, mas a atenção dos consumidores se voltou aos automóveis e eletroeletrônicos

Marcelo Villin Prado, diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), justificando sua avaliação de que uma “demanda reprimida” deve ampliar a venda de móveis este ano.

Trevo de quatro folhas

Na próxima quarta-feira, 10, a Cics Serra deverá entregar ao diretor-geral do Daer, Carlos Eduardo Vieira, um projeto da região para melhorar o trevo de acesso à RSC-453, conhecido como trevo da Telasul. Embora haja no projeto de duplicação da rodovia a construção de uma elevada sobre a estrada, o presidente da entidade, Ademar Petry, quer garantir medidas para solucionar a situação crítica do trecho, que tem provocado muitos acidentes, antes da duplicação, que ainda deve demorar.

Ponto

  • O estado retomou a ponta das vendas de móveis brasileiros no mercado internacional, depois de ter perdido a posição para Santa Catarina.
  • A retomada se refere aos dados acumulados desde janeiro, que revelam um crescimento de 4,9% nas exportações dos gaúchos em relação ao ano passado.
  • No total acumulado, as indústrias do estado exportaram US$ 76,5 milhões contra US$ 75 milhões das catarinenses, que amaragaram uma queda de 2,9% sobre 2012.
  • A presidente do Sindiserp, que completa 25 anos de atuação em defesa dos interesses dos funcionários públicos de Bento, Isaura Zandonai, afirma à coluna que o serviço público na cidade está precário, pois os servidores estariam “desmotivados”.
  • Ela disse que a categoria segue cobrando, sem sucesso, do prefeito Guilherme Pasin a trimestralidade no reajuste – uma das promessas de campanha do prefeito – e revelou que concorda com o adjetivo usado pela coluna para qualificar o reajuste oferecido aos servidores este ano: pífio.
  • Está no dicionário, para caracterizar algo que possui valor irrisório, reles, vil. Não é isso?