Oscilações do mercado

A nova aposta do setor moveleiro para recuperar o ritmo de crescimento pelo menos igual ao do ano passado é a realização da Casa Brasil. Alguns empresários do setor acreditam que, se a feira não conquistar os resultados esperados, o ano estará perdido. Por aqui, há fábricas que já diminuíram a produção e existem empresas que já pensam até em decretar férias coletivas aos funcionários. Mas nem tudo são queixas. Mesmo que as vendas tenham caído até mesmo para os móveis seriados, há bolsões de crescimento, mas não refletem o setor como um todo. Muitas são as causas apontadas para o fenômeno. A queda nas exportações é apenas uma delas. De acordo com a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), este ano, pelo menos 80 empresas deixaram de exportar seus produtos em relação a 2012. Ouras reduziram drasticamente as vendas ao exterior. É o caso da Obispa, que costumava faturar até US$ 700 mil por ano com as exportações mas, em função das oscilações do câmbio, reduziu esse ganho para cerca de US$ 150 mil.

Mercados em alerta

A situação desconfortável da economia atinge também o setor metalmecânico local. Para Juarez Piva, presidente do Simmme, entidade que congrega as indústrias do setor, há empresas que já analisam a possibilidade de parar a produção. Mas nem todos estão nessa situação. Há quem não consiga dar conta de tantos pedidos, por conta do aquecimento do setor de máquinas agrícolas.

O périplo de Pasin

O prefeito Guilherme Pasin é um dos milhares de prefeitos que participam, até amanhã, da XVI Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, em Brasília. A correção dos financiamentos dos programas federais oferecidos ao município, a redistribuição mais justa do bolo tributário e outras reivindicações que foram definidas na última reunião Famurs estão entre os temas defendidos por ele. De quebra, Pasin, mesmo sem ter agenda definida na capital federal, deve fazer um périplo entre ministérios e bancadas para agilizar recursos e programas federais. Na pauta, os projetos de mobilidade urbana.

Um novo pacto

Realizada há 16 anos, entra ano e sai ano a pauta de reivindicações dos prefeitos não muda: questões pontuais sobre ampliação do FPM e repasses para saúde, educação, transporte, segurança e tantas outras demandas ganham a cena, sem receber medidas que demonstrem eficácia. O governo anuncia novos programas, aumentos irrisórios na divisão do bolo do FPM, novas linhas de financiamento, mas nada de atacar o ponto central da desgastada relação entre a União e os municípios: a revisão do pacto federativo. Afinal, não se pode mais admitir que os mais de cinco mil municípios brasileiros sigam mendigando migalhas e benesses federais a conta-gotas, enquanto o governo federal fica com a maior fatia do bolo, engordando a corrupção a cada emenda e a cada repasse carcomido pela burocracia estatal.

Dia nacional do panfleto

Enquanto as centrais sindicais gaúchas prometem forte mobilização para a greve geral programada para quinta-feira, por aqui, os principais sindicatos dos trabalhadores não prometem paralisações nas empresas. Pelo menos é o que calculam o Sindiserp, dos servidores municipais, o SECBG, que reúne os comerciários, o Stimme, que congrega os trabalhadores nas indústrias metalúrgicas, metalmecânicas e de material elétrico no município, e o Sitracom, que abrange os empregados na construção civil e nas indústrias do mobiliário – os quatro maiores sindicatos de Bento. O chamado Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações pretende pressionar o governo federal para atender a reivindicações históricas dos trabalhadores, como a redução da jornada de trabalho, por exemplo. Em Bento, os sindicatos ao menos pretendem distribuir panfletos.

Um Paço de pendências

Um levantamento do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE-RS) revela que, nos últimos dez anos, políticos gaúchos foram condenados a devolver R$ 202,6 milhões aos cofres públicos. Dessa quantia, apenas R$ 17 milhões, o equivalente a 8,4% do total, foram devolvidos. Por aqui, pelo menos os quatro últimos ocupantes do Paço Municipal – Lunelli, Gabrielli, Pozza e Rizzardo – têm pendências a acertar com o Erário. A lista de irregularidades inclui pagamentos indevidos, uso inadequado de diárias e superfaturamento de obras. Resta saber se, um dia, o Erário verá a cor do dinheiro.

Um santo vinho

Quando estiver no Brasil para a Jornada Mundial da Juventude, entre os dias 23 e 28 deste mês, o Papa Francisco (foto) conhecerá o Talento da Serra Gaúcha. Literalmente. É que o Salton Talento será o vinho servido ao pontífice durante sua passagem pelo país. Essa será a segunda vez que o rótulo será destinado a um papa: em 2007, Bento XVI apreciou a bebida – uma das mais premiadas da marca – no coquetel de abertura da 5ª Conferência Episcopal Latino Americana, em Aparecida (SP). A valorização da cantina, que tem raízes profundas de relacionamento com a igreja – não por acaso, a Salton produz há mais de quatro décadas o vinho canônico –, com a escolha é ressaltada pelo diretor de planejamento da marca, Maurício Salton, “Para nós, é um momento bem interessante”, disse à coluna.

Ponto

  • O prefeito de Santa Tereza, Diogo Segabinazzi Siqueira, aproveita a estada em Brasília para apresentar ao Ministério do Turismo o projeto da Rota Turística Pelos Caminhos do Pão e do Vinho. A audiência está marcada para hoje.
  • Apesar de o governo esperar que indústria e varejo absorvam o aumento de IPI para móveis e eletrodomésticos da linha branca, fabricantes e comércio ainda não têm certeza sobre o impacto nos preços ao consumidor.
  • O presidente da Movergs, Ivo Cansan, acredita que as fábricas vão absorver o custo para não perder vendas. Mas há visões diferentes.
  • Algumas empresas projetam que o aumento de 0,5 ponto no IPI representará alta de pelo menos 1% para o consumidor.
  • Para falar do cenário atual da indústria, o CIC vai receber no dia 22 deste mês o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Carlos Pastoriza.
  • Ele vai abordar durante uma palestra-jantar as relações entre a desindustrialização e o chamado “Custo Brasil”.
  • Na próxima sexta-feira, o processo de construção da 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural, Sustentável e Solidário (CNDRSS), que acontece em outubro em Brasília, inicia em Bento com a realização da conferência regional que reunirá representantes de municípios da Região Metropolitana e da Serra Gaúcha.
  • Promoção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), o encontro terá a participação do delegado federal do MDA no estado, Marcos Regelin, e do diretor de Agricultura Familiar da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), José Aldemar Batista.