O preocupado Pasin

O prefeito Guilherme Pasin voltou a manifestar preocupação com as contas públicas. Ele disse que trabalha para economizar R$ 24 milhões ao final do ano, ou cerca de 10% dos recursos orçamentários livres – aquele dinheiro vindo da arrecadação da prefeitura que não são vinculados a repasses por convênios governamentais. Pasin voltou a criticar a “herança maldita” deixada pelo governo anterior, reiterou o ano perdido e afirmou que o crescimento da arrecadação no primeiro semestre foi de 3%, somando R$ 157milhões. Por isso, a expectativa de confirmar o orçamento de R$ 310 milhões não deve se concretizar. O maior entrave para acertar as contas é histórico: em quatro anos, enquanto a receita do município cresceu pouco mais de 80%, as despesas saltaram 180%. Não há conta que feche. O problema é que as despesas operacionais da prefeitura chegam atualmente aos R$ 18 milhões por mês, com uma liberação de mais R$ 2 milhões utilizados para pagar as dívidas. Manter a pesada máquina pública funcionando é caro. Para economizar, o prefeito pretende reduzir os gastos com a contratação de terceirizados, nem que seja preciso denunciar os contratos em vigor por conta do interesse público.

O Crema/Serra e a RSC-470

Na segunda quinzena de setembro. Essa é a previsão do Daer para o início das obras de manutenção e conservação das rodovias serranas contempladas pelo Crema/Serra. As duas empresas contratadas já estão providenciando o canteiro de obras e toda a estrutura necessária à restauração do pavimento. Com duração de cinco anos, resta saber como ficarão os trabalhos na RSC-470 depois que a federalização da rodovia – o que, aliás, estava previsto para ocorrer até ontem, conforme havia anunciado dia 17 o ministro dos Transportes, César Borges, em Porto Alegre – for confirmada. O Daer garantiu que o trabalho seguirá adiante.

Abatidos por fogo amigo

Um dos mais atuantes vereadores da base governista na Câmara de Bento, Moisés Scussel Neto (PMDB) revelou inconformidade com a retirada de projetos de sua autoria da pauta de votações da sessão desta semana. Um dos projetos retirados estabelece a obrigatoriedade de hospitais públicos, pronto-socorros, unidades de saúde, ambulatórios e pronto-atendimento localizados no município a afixarem, em local visível, a lista de médicos plantonistas e do responsável pelo plantão, com os respectivos dias e horários de atendimento; outro dispõe sobre a obrigatoriedade de tornar subterrâneo todo o cabeamento instalado no município. Para Scussel, a retirada da pauta é fruto de mentalidades individualistas. “Muitas pessoas estão focadas em seus umbigos, conformadas com o mundo do jeito que ele está”, desabafou.

Cenários e perspectivas

O setor moveleiro está apreensivo com o cenário do mercado para o próximo ano. Pelo menos duas questões são consideradas urgentes na pauta de reivindicações das entidades ligadas às indústrias de móveis: a ampliação dos benefícios do Reintegra, que só atende o setor neste ano, para ao menos mais um ano ou dois; e uma nova negociação para a redução do IPI para o setor, que verá a cobrança cheia voltar a partir do início de outubro. Para Ivo Cansan, presidente da Movergs, ou o governo federal começa a resolver pelo menos estas questões, ou será cada vez mais difícil as indústrias capazes de competir em condições de igualdade no mercado externo.

Liderança e concorrência

Não bastassem os problemas logísticos e estruturais que afetam a competitividade do setor moveleiro de Bento, o acirramento da concorrência com outros polos pretendem desbancar a indústria bento-gonçalvense da liderança do ranking nacional do setor em faturamento. Investindo em design e tecnologia para agregar valor à produção. As cidades de São Bento do Sul, em Santa Catarina, e de Arapongas, no Paraná, conhecidas pela capacidade de fornecer produtos às classes C e D, se preparam para desenvolver produtos mais qualificados e disputar o posto. No Paraná, o otimismo é tanto que até um prazo já foi estabelecido: em três anos, eles pretendem assumir a liderança no segmento de produtos dirigidos à classe B. Em Santa Catarina, o polo, tradicionalmente voltado à exportação, se movimenta para ganhar mais espaço no mercado doméstico.

Em destaque

É ruim? Bastante. Vou tomar porrada? Vou. Mas me propus a isso. Me elegeram para colocar a casa em dia

Guilherme Pasin, prefeito de Bento, ao avaliar a incapacidade de investimentos do governo, a necessidade de pagar as contas e a importância de fechar o ano com saldo positivo.

 

Ponto

  • O diretor Internacional do Sindmóveis, César Boeira Nepomucemo, avalia que a presença da Movelsul na Las Vegas Market Summer 2013, feira que inicia na segunda-feira, 29, e vai até o dia 2 de agosto nos Estados Unidos, é positiva.
  • Essa é a terceira ação de divulgação da Movelsul, que será realizada entre 24 e 28 de março do próximo ano, em feiras internacionais de móveis. Antes, o evento bento-gonçalvense esteve na Expocomer, no Panamá, e na Expomueble, no México.
  • Mazelas dá falta de comunicação: enquanto a greve do DNIT impede o órgão de esclarecer os detalhes do processo de federalização da RSC-470, o Daer afirma que não tem pessoal para atender a um pedido do Semanário: esclarecer quanto foi investido na rodovia desde que o Estado passou a se responsabilizar pela rodovia.
  • Ontem, durante reunião da Amesne, o secretário de Segurança Pública do Estado, Airton Michels, garantiu que o governo retomou a luta pelos recursos para construir o presídio em Bento.
  • Michels também assegurou que Caxias é prioridade no estado para a implantação de um Batalhão de Operações Especiais.
  • Após quase uma década sem eleger a executiva municipal, Jairo Alberici assumiu a presidência do PTB de Bento com a missão de fortalecer a sigla na cidade.
  • Contando com aproximadamente 1,2 mil filiados, o partido, que voltou a eleger um vereador, pretende disputar as próximas eleições municipais compondo chapa majoritária.
  • Hoje, o partido negocia seu apoio ao governo de Guilherme Pasin.

 

Curtas do paço

  • Pasin anunciou que os próximos seis meses serão de dificuldades, e que sua função para este ano é conseguir pagar as dívidas.
  • Dos R$ 37 milhões vencidos até janeiro, R$ 10,3 milhões foram pagos e R$ 6,8 milhões já estão renegociados.
  • Há R$ 7 milhões que precisam ser pagos às empresas terceirizadas e outros R$ 7 milhões em parcelas de financiamentos, dos quais R$ 2 milhões vencem ainda este ano.
  • 420 procedimentos de pagamentos ainda estão sendo analisados pelo governo. Uma definição só daqui a dois meses.
  • Confirmou perda de recursos, prejuízos não calculados na UPA e problemas em projetos, e garantiu que pretende reverter o quadro e realizar os projetos da administração anterior.
  • O primeiro deles será a revitalização do Municipal. Em 60 dias, pretende lançar novos editais para retomar o processo.
  • Pasin justificou que sua comunicação errou muito no primeiro semestre, e pretende reduzir erros.